sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Salário: como elevar as chances de um aumento


Com simples atitudes, é possível elevar as chances de ganhas um aumento de salário no fim do mês. Na opinião de especialistas em carreiras, performance, conhecimento do negócio e sensibilidade são fatores essenciais no momento da negociação.

Conhecer a política salarial das empresas é o primeiro passo, segundo o diretor de estudos e desenvolvimento organizacional da ABRH Nacional, Rogério Leme. “Se a organização tem um método de avaliação de desempenho, ele indica os funcionários mais eficientes, e são esses que terão mais chances de debater com os chefes.”

Além das avaliações formais, o bom rendimento na rotina é outro sinal de que o funcionário possa merecer mais. É o que defende a diretora da Career Center, Ana Leticia Lucca: “O funcionário deve mostrar ao seu chefe os dados, documentos e números completos da evolução na produtividade, tudo o que possa comprovar o quanto aumentou e economizou para a empresa”.

Ela também alerta que é importante perceber o momento mais adequado para discutir com a chefia. Caso a empresa não estiver passando por um bom momento financeiro, o profissional deve aguardar para fazer sua demanda. Mas, se ela estiver em um cenário positivo, o profissional tem maior flexibilidade.

“A sensibilidade é requisito básico. Às vezes tem de prestar atenção até no humor do chefe. Se não for um bom dia, guarde os argumentos. O melhor é ir com resultados observáveis para que o gestor não consiga argumentar contra”, completa a coordenadora do Centro de Carreiras da Pós-Graduação da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Adriana Gomes.

Sutileza e jogo de cintura são essenciais no momento da abordagem – o funcionário precisa ter cuidado para não se impor ao chefe. Segundo Ana Leticia, o respeito pela hierarquia é fundamental: “O gestor não pode sentir que está sendo coagido a dar aumento por qualquer motivo”.

Outro erro comum é pensar que tempo de casa possa ser uma garantia para reajustes salariais. Ana Leticia lembra que muitos profissionais se acomodam e, ao invés de aumento, podem até ser desligados, como quando passam a receber uma remuneração não condizente com o mercado ou quando deixam de agregar valor para a instituição. Assim, nada é garantia de que a resposta será positiva.

Uma sugestão interessante é pedir um feedback para o gestor no momento em que a empresa apresentar estabilidade. “O ideal é que chefe e empregado construam juntos um plano individual para verem o que é preciso melhorar, quais são as metas”, comenta Ana Leticia.

Jogo limpo

A relação de transparência também é primordial para que o pedido do empregado seja levado em consideração, na visão de Adriana Gomes. “Acende uma luz amarela no gestor, do tipo ‘preciso fazer alguma coisa senão vou perdê-lo’. Quanto mais transparente for essa relação de trabalho, melhor para todos”.

Ricardo Leme alerta que o acréscimo salarial pode não vir devido a um problema específico do profissional: “Se isso ocorrer, por uma falha técnica ou por comportamento, o funcionário deve perguntar quais as orientações para tentar alterar o cenário”, complementa o diretor de estudos e desenvolvimento organizacional da ABRH Nacional.

A reflexão inicial, para preparar o pedido de aumento, deve ser refeita se a resposta for negativa. “Se a pessoa se sentir desvalorizada, é a hora para procurar outro lugar, sempre se atentando ao mercado. Às vezes ela é muito boa só naquele emprego, e isso diminui a sua empregabilidade fora dessa empresa”, diz Adriana Gomes.

Fonte: O Estado de S. Paulo

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