quarta-feira, 23 de julho de 2014

Estudo mostra que participação das micro e pequenas no PIB chega a 27%


A participação das micro e pequenas empresas no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu e atingiu 27%. O dado inédito foi apurado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) a pedido do Sebrae e repassado com exclusividade ao Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor.

Esse percentual refere-se ao ano de 2011 e representa um aumento significativo em relação a 1985, quando, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os pequenos negócios respondiam por 21% do PIB nacional. A pesquisa da FGV utilizou a mesma metodologia aplicada pelo IBGE naquela ocasião.

Esse crescimento se deve à conjugação de três questões, na avaliação do presidente do Sebrae, Luiz Barreto. São eles: o crescimento do mercado consumidor, em especial a classe C, o aumento do grau de escolaridade da população e a criação do Super Simples (sistema criado em julho de 2007), que simplificou drasticamente e reduziu a carga tributária das pequenas empresas.

Sobre o avanço do grau de instrução entre os empreendedores, Barreto apontou que 61% dos empreendedores tinham pelo menos o segundo grau completo em 2012, ante 43% em 2003. "Esse ponto é pouco falado e é importantíssimo", ressaltou o presidente do Sebrae. "Hoje, de cada dez empreendedores, sete são por oportunidade e apenas três por necessidade. Antes era o contrário", exemplifica ele. "E isso está ligado à educação", acrescenta.

Esta foi a primeira edição da pesquisa. Ela deve se tornar anual a partir de agora, sendo sempre divulgados os dados como proporção do PIB, com uma defasagem de dois anos. Em setembro deste ano devem ser divulgados os dados de 2012 e assim sucessivamente.

Grande parte do aumento de importância das micro e pequenas empresas ocorreu na última década, já que, em 2001, a participação das micro e pequenas empresas no PIB era de 23,2% do total. O valor gerado por essa parte do setor privado saltou de R$ 144 bilhões em 2001 para R$ 599 bilhões em 2011, um crescimento de 316%.

Esse movimento também pode ser percebido na arrecadação tributária proveniente das micro e pequenas empresas. Em 2008, primeiro ano inteiro que contou com o Super Simples, a arrecadação total advinda dessa parcela do setor privado somou R $ 1,638 bilhão. Em 2013, ela foi de R$ 54,383 bilhões.

A pesquisa do Sebrae também separou a participação dos pequenos empreendimentos no PIB de cada setor. Desta forma, o levantamento revelou que os pequenos estabelecimentos são a maioria no comércio, ao corresponder a 53,4% do PIB do setor. Além disso, eles chegam a 36,3% do setor de serviços e a 22,5% da indústria.

Barreto também destacou que as micro e pequenas empresas já respondem por 52% da mão de obra formal no Brasil e 40% da massa salarial.

Esse percentual deve aumentar, já que de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de 2013 e separados pelo Sebrae, as micro e pequenas empresas criaram 839 mil novos postos de trabalho, enquanto as médias e grande empresas fecharam 126,4 mil postos.

A tendência continua no início deste ano. De acordo com o mesmo recorte realizado pelo Sebrae, os pequenos empreendimentos geraram 195,9 mil novos postos em janeiro e fevereiro. Já os médios e grandes empreendimentos criaram 80,5 mil vagas.

Fonte: Valor Econômico

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