sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Aprenda como estabelecer honorários contábeis


Saber como estabelecer honorários contábeis é uma dúvida que passa pela cabeça de muitos profissionais de contabilidade e também dos gestores de escritórios contábeis. As relações entre tempo e valor de trabalho permitem inúmeras interpretações distintas.

Quando esses profissionais vão fixar seu preço, eles não devem pensar só na quantia de que precisam para atender às demandas familiares e de seu orçamento doméstico. Na verdade, há diversos fatores que influenciam na cobrança dos honorários contábeis devidos, como a preparação do agente contábil, quanto tempo foi gasto naquele serviço e a complexidade das operações, apenas para citar alguns exemplos.

Dessa forma, em quais coisas você precisa se basear para estabelecer seus honorários contábeis? De que maneira se pode fazer isso adequadamente? Leia o post e saiba quanto cobrar pelo seu trabalho daqui pra frente!

Vale a pena ter uma tabela fixa de honorários contábeis?

Existem categorias de profissionais autônomos, como os advogados, designers e dentistas, que se baseiam em tabelas como referência para estabelecer os preços pelos seus serviços. Existe, inclusive, o cuidado de organizações, como a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e Adegraf (Associação dos Designers Gráficos), por exemplo, em ajudar seus associados com a amarração dessas listas de serviços e preços cobrados.

No caso dos contadores, os serviços são bem diferenciados para cada cliente. A declaração de Imposto de Renda para um contribuinte que é assalariado comum será muito menos trabalhosa do que aquela feita para outro contribuinte que tem operações financeiras complexas, como ações na Bolsa de Valores, ganhos no exterior e transações imobiliárias. O profissional de contabilidade pode até se basear em uma tabela pessoal de valores, mas eles serão muito mais flexíveis e mutáveis, de acordo com o contexto.

Como avaliar o valor a ser cobrado do cliente?

A princípio, a tarefa de precificação do serviço contábil prestado pode dar um breve (e chato) trabalho, mas é um passo importantíssimo para que a cobrança seja justa. Deve-se levar em conta, sobretudo, a proporção das atividades envolvidas em cada caso, o que inclui fatores tão diversos quanto a quantidade de horas trabalhadas, o tempo dedicado para que a preparação e atualização legal tenha sido feita, até gastos com energia elétrica ou a adoção de novos softwares e computadores.

Além da mediação dos afazeres relacionados diretamente aos trabalhos prestados, que são intrínsecos ao serviço a ser executado, os honorários contábeis ainda devem considerar todo o investimento que é feito no escritório. Ou seja, a renda mensal deve ser capaz de cobrir os treinamentos e a infraestrutura de seu local de trabalho, bem como o pagamento dos tributos e demais despesas para custear o escritório contábil. Além disso, é importante ter lucro e arrecadação de capital de reserva para situações emergenciais. Essas estimativas devem fazer parte da repartição futura entre os honorários a serem cobrados da clientela.

Quanto cobrar pelo meu trabalho?

Como você pode imaginar, essa é uma pergunta que permite múltiplas respostas, uma vez que as funções dos profissionais de contabilidade são bastante dinâmicas. Entretanto, itens como as suas despesas fixas, as despesas variáveis e os seus custos são os primeiros a serem observados.

Você precisa definir quanto gasta para fazer o seu trabalho de forma que possa atribuir um valor que não apenas pague as contas, mas que garanta uma margem de lucro. Para isso, além de fazer as suas contas, é preciso conhecer também a média de valores que o mercado pratica. O seu preço não pode estar muito acima ou muito abaixo do valor médio. Usar a tabela de honorários contábeis do sindicato das empresas de contabilidade, por exemplo, é um bom referencial a ser adotado. Ele garante uma menor distorção no preço final.

Contudo, é importante lembrar que a estratégia de precificação é variável de empresa para empresa. Olhar para o seu próprio negócio é o primeiro passo antes de definir o preço final. Isso significa que um escritório pode gastar mais do que outro para realizar o mesmo serviço. Isso é perfeitamente normal e cabe ao gestor encontrar formas de ser mais competitivo. O que não pode é você entrar em uma guerra de preços com seus concorrentes e acabar trabalhando de graça apenas para cobrir uma oferta.

O que levar em consideração na precificação?

Novamente, embora não exista uma regra geral, existem alguns parâmetros que devem ser seguidos de forma a ajudar o profissional de contabilidade a saber quanto cobrar exatamente pelo seu trabalho. Assim, juntando todas essas variáveis, você poderá compor um preço final justo e equilibrado, que leve em consideração eventuais tarefas extras.

Tempo é dinheiro

O primeiro item a ser observado é o fator tempo. Quanto tempo por dia, por semana ou por mês você terá que dedicar ao atendimento de um determinado cliente? Há empresas cuja demanda é diária enquanto outras podem ser atendidas tranquilamente com a dedicação de um dia inteiro durante o mês. Assim, analisar o perfil do cliente e de quais tarefas ele vai demandar a você é o primeiro passo.

Para isso, defina antes de tudo o valor da sua hora de trabalho. Para ter acesso a essa conta, divida o número de horas a ser trabalhado no mês pelo valor dos custos + encargos + margem de lucro esperada. O resultado disso não é um número exato, obviamente, mas ajuda você a ter uma ideia real de quanto vale cada hora sua. Depois é só estimar o tempo a ser gasto no mês e pronto.

De olho nos custos gerais

Você trabalha sozinho ou tem uma equipe para auxiliá-lo? Se possui funcionários contratados, sabe que todos eles geram encargos e esses valores também precisam ser cobertos por qualquer orçamento enviado aos clientes. Dessa forma, você começa a ter uma noção de quanto custa para um funcionário seu atender um cliente durante 10 horas por mês, por exemplo.

Um erro grande, que muitas empresas cometem, é limitar essa conta às pessoas. Toda empresa tem despesas, sejam elas diretas ou ocultas. Por diretas, entendemos itens como água, luz, telefone, aluguel e impostos, por exemplo. São despesas fixas com as quais você terá que arcar tendo clientes ou não. Além disso, há ainda as despesas variáveis, como licenças de software, material de escritório ou alimentação. Tudo isso deve estar previsto na sua planilha, de forma que ao se fazer o rateio dos valores o seu custo real seja mais preciso.

Estabeleça uma margem de lucro

Feito tudo isso, é hora de responder a uma pergunta-chave: quanto você espera ganhar? Lembre-se que levantando os custos você tem acesso ao valor mínimo que cobrará pelo seu trabalho. Aquele que paga todas as contas, mas deixa a sua empresa no zero a zero. E, obviamente, ninguém trabalha apenas por trabalhar, não é mesmo?

Assim, defina qual é o percentual sobre o valor apurado que você pretende ter como margem de lucro. Seja 10%, 5%, 20%… Não importa. O válido aqui é ter consciência exata de quanto efetivamente está tendo de lucro líquido com cada um dos seus clientes. Agora, não adianta também abusar.

É neste ponto que entra em cena o último dos fatores: a concorrência. Se todo o mercado pratica uma média de 15% de margem de lucro, por exemplo, arbitrar uma margem de lucro de 30% pode fazer com que os seus preços fiquem muito altos e que você tenha dificuldade de encontrar clientes. Novamente, aqui é preciso buscar o equilíbrio e estabelecer um preço justo perante ao mercado.

Experiência de mercado serve como aprendizado

O profissional é livre para determinar seus honorários, porém, deve possuir bons fundamentos para que não venha a cobrar preços incompatíveis com o trabalho, nem para o cliente e nem para si mesmo. Para fugir dessas pressões, o agente contábil pode, inclusive, ter uma planilha orientadora.

Os contabilistas são profissionais que trabalham diariamente com cálculos, mas chegar a esse nível de qualidade na hora de estabelecer os honorários pode ser um pouco mais difícil do que se imagina. Procure observar as demandas específicas de cada cliente e o tempo ou desgaste do serviço que lhe será oferecido, além da avaliação adequada dos demais fatores do negócio, a fim de fixar da maneira mais sensata o valor do seu trabalho.

Tenha softwares de gestão financeira sempre à mão

Por fim, o último, mas não menos importante, dos conselhos é ficar de olho na informatização. Softwares de gestão financeira há muito tempo deixaram de ser uma exclusividade de grandes empresas. Hoje, é possível ter acesso a serviços de ótima qualidade sem precisar gastar muito. Acredite: esse é um investimento cuja economia de tempo e diminuição nos erros justifica rapidamente sua aquisição.

Fonte: Blog Sage

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