segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

2014 já preocupa com maior carga de impostos


Mesmo com a chegada do 13° salário, muita gente já começa a se preocupar com a enxurrada de impostos a serem pagos no início do ano seguinte, principalmente por conta da possibilidade de reajuste. Apenas em 2013 - de primeiro de janeiro até ontem -, já foram pagos R$ 4,4 bilhões em tributos para o Município de Fortaleza.

A média por habitante, no período, foi de R$ 1.805,26 em impostos, maior que a média por pessoa do Estado, de R$ 966,66, conforme o site Impostômetro (www.impostometro.com.br). A tendência é que a arrecadação aumente e que as alíquotas acompanhem a alta.

Na Capital cearense, por exemplo, a população tem assistido, na última semana, discussões sobre as novas alíquotas do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) e da Contribuição para o Custeio da Iluminação Pública (CIP), além da possibilidade de cobrança da Contribuição de Melhoria por parte do Município e do Governo do Estado. No âmbito nacional, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, divulgou que a cobrança da Cide sobre os combustíveis também pode voltar.

A opinião é unânime entre especialistas em tributação de que boa parte das taxas cobradas é abusiva, sobretudo pela falta de retorno, por parte do poder público, com serviços básicos de qualidade como saúde, segurança e educação.

Conforme o presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), João Eloi Olenike, os brasileiros pagam cerca de 63 impostos diferentes dos quais 48 são federais, cinco estaduais e dez municipais. "Temos uma carga tributária altíssima. A forma como eles (os impostos) estão sendo cobrados, em efeito cascata e incidindo no consumidor final, faz com que tenhamos um aumento da arrecadação quase que constante", diz.

De acordo com ele, a principal deficiência na forma de cobrança dos valores é devido ao modelo brasileiro, que põe mais peso em cima do consumidor final e vem com menos força em cima de patrimônio, lucros e ganhos.

"O mais adequado seria uma tributação em cima de resultado e não de valores. Quando o governo tributa a venda antes de se ter o lucro, faz com que o custo Brasil para quem quer investir seja muito alto", diz.

Os tributos sobre o consumo representaram 23,28% da renda bruta média do brasileiro, segundo o último levantamento divulgado pelo IBPT, considerando até o final de maio deste ano. Tributos sobre renda foram 14,79% do rendimento, enquanto que os impostos sobre patrimônio alcançaram 3,03%.

Para João Eloi, existem impostos "mais justos, não tanto pela cobrança, mas aplicação". "Quando se tributa o consumo, não se vê direito qual a destinação e aplicação. O Imposto de Renda é progressivo. Quem ganhar mais e tiver mais renda, paga mais", analisa.

Dentre os impostos considerados mais adequados está a Contribuição de Melhoria, segundo o advogado e professor em Direito Tributário Erinaldo Dantas. "Em tese - não sei como vai ser na prática - é, a meu ver, o tributo mais justo, pois vai ressarcir o Estado pelo custo que valorizou o seu imóvel e não mais que isso", diz. A cobrança pode ser feita nas três esferas - municipal, estadual e federal - e está prevista no artigo 145, inciso III, da Constituição Federal.

"O pagamento só é feito depois que a obra estiver pronta, apesar de o projeto (do Governo do Estado) dar a entender que pode ser cobrado por obra que ainda não foi feita. A especulação imobiliária não é imediata", avalia o advogado.


Fonte: Diário do Nordeste

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