segunda-feira, 7 de abril de 2014

Fluxo de caixa é essencial


Um problema muito comum nas pequenas e médias empresas é a sobrevivência. Seu maior entrave, por mais surpreendente que possa parecer, não é a falta de lucro, mas a inadimplência, resultado do mau hábito de assumirem compromissos maiores do que seu fluxo de caixa permite. Em geral, os empresários de pequenas e médias empresas dirigem seu foco de atenção apenas para a parte operacional da empresa, concentrando esforços em venda e produção/prestação de serviços, mas deixando a gestão financeira em segundo plano. Com isso, muitos fecham negócios porque precisam obter receitas, mas não se lembram de que é fundamental conhecer os custos e a margem de lucro antes de firmar um contrato. Afinal, não basta lucrar, também é preciso ter dinheiro em caixa para fazer frente aos compromissos assumidos. Ou seja, um erro muito comum do empresário é deixar de lado a gestão do fluxo de caixa.

Numa PME, como em todo negócio, o fluxo de caixa é um instrumento de gerenciamento financeiro que evidencia a estimativa de liquidez para que as decisões possam ser tomadas de forma adequada. Por isso, é preciso geri-lo bem, sem complicações, simplificando os processos cotidianos com controles simples, mas eficientes, que permitam à empresa obter as informações gerenciais de análise e apoio a todas as decisões empresariais. A ideia é conseguir uma visualização antecipada das necessidades ou sobras de caixa no curto prazo que possibilitem simulações e deem ao gestor uma visão holística das atividades da organização, projetando as entradas e saídas do caixa, as decisões que afetam direta e indiretamente a saúde financeira da empresa. Isso significa não apenas permitir uma boa análise das situações, mas também que se tomem decisões sobre os valores que podem ser comprometidos, selecionar as linhas de crédito mais adequadas e as melhores maneiras de utilizar capital próprio e eventuais financiamentos.

Na prática, organizar as finanças de uma PME é, portanto, o primeiro passo para que ela cresça, valendo-se da ferramenta de fluxo de caixa para pensar e planejar, não apenas para saber se vai faltar dinheiro no final do mês. É fundamental projetar o futuro e programar ações que impulsionem a empresa. Essa é a ferramenta que vai indicar se há, por exemplo, necessidade de capital de giro, se é possível distribuir lucros ou ainda se existe possibilidade de assumir uma dívida ou realizar um investimento com vistas à expansão.

Porém, os dados devem ser precisos e traduzir efetivamente a realidade da empresa, para que o fluxo de caixa seja mesmo um indicador fiel para o empresário. Para que ele funcione mesmo, não basta adquirir um software ou programa que ajude o gestor. É preciso ficar de olho nos detalhes, ter um controle eficaz com os gastos divididos em grupos, separando todos os valores em segmentos para entender quanto se gasta em cada categoria. Isso permite saber onde incidem os gastos e como se podem reduzir custos, acompanhando o saldo bancário, que deve estar em linha, conferir com o fluxo de caixa. Por outro lado, é bom ficar atento a alguns sinais indicadores que o fluxo de caixa anda sendo mal controlado. Um dos mais incisivos é a queda de vendas, principalmente se ocorrer simultaneamente à redução de margens de lucro. Com o acompanhamento do fluxo de caixa de forma eficiente, o rumo da empresa pode ser ajustado rapidamente, evitando-se que os erros se tornem recorrentes.

Outro sinal de alerta pode ser o fato de a empresa ficar sem recursos para compras e pagamento de contas em alguns dias do mês. Isso é um indício de desorganização, outro entrave para a boa saúde corporativa que um fluxo de caixa eficiente pode resolver, pois permite visualizar a situação e sincronizar os dias de recebimento com os dias de pagamento, casando a entrada e a saída do dinheiro e definindo o percentual das vendas que podem ser feitas a prazo ou instituir um valor mínimo para que a compra seja parcelada. Além disso, para não haver falhas, ainda é necessário considerar a margem de inadimplência nessa equação. Como todos os detalhes são fundamentais para gerir adequadamente uma empresa, especialmente se ela for de pequeno ou médio porte, o fluxo de caixa é indispensável e precisa estar, sempre, bem municiado por dados precisos que facilitem verificar, passo a passo, a situação do negócio e projetar seu futuro e expansão.

Fonte: DCI – SP

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