terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Reforma da CLT prevê retomada da economia


Assunto que vem sendo tratado como prioridade pelo governo Temer, a polêmica reforma trabalhista é apontada pela classe empresarial brasileira como uma das alternativas para o País retomar o crescimento econômico. O objetivo é flexibilizar a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a partir, principalmente, dos acordos coletivos, para aumentar a produtividade da economia e reduzir os custos dos empresários ao investir.

Avançar nessas medidas é uma resposta do governo federal aos empresários, que, com a retomada em marcha lenta do Produto Interno Bruto (PIB), intensificaram a pressão por medidas econômicas. No Ceará, representantes de diferentes setores da cadeia produtiva acreditam que os pontos previstos na reforma não vão tirar os direitos assegurados aos trabalhadores pela Constituição Federal.

A reforma trabalhista deverá restringir as negociações coletivas à redução de jornada e de salários, ficando fora dos acordos normas relativas à segurança e saúde dos trabalhadores. Neste momento, em que a economia do Brasil sofre com o fechamento de empresas e a perda de empregos, a flexibilização das leis trabalhistas seria positiva tanto para patrões quanto para empregados, avalia o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Fortaleza, Severino Ramalho Neto.

“Primeiro, essa reforma dá mais poder de negociação entre os sindicatos, gerando mais produtividade e redução de custos para as empresas, e mais empregos para trabalhadores. Isso sem falar na diminuição de riscos fiscais”, afirma Severino Neto, lembrando das especificidades de cada setor da cadeia produtiva do País.

Comércio

“No comércio, por exemplo, dependendo do segmento, um operador de caixa tem características próprias, por isso, há necessidade dessa flexibilização”, acrescenta. Com a reforma trabalhista, Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), férias, previdência social, 13º salário e licença-maternidade, entre outros, continua existindo obrigatoriamente, podendo ser flexibilizados pela empresa.

O parcelamento do 13º e a redução do intervalo de almoço de uma para meia hora, com alguma contrapartida para empregados, por exemplo, poderão ser negociados entre empregadores e sindicatos da categoria.

Terceirização

Também faz parte da proposta conclusão da votação, no Congresso, do projeto sobre a terceirização. O texto aprovado pela Câmara dos Deputados e enviado ao Senado prevê a contratação de trabalhadores terceirizados nas chamadas atividades-fim das empresas, o que hoje não é permitido.

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec), Flávio Saboya, acredita que a terceirização de atividades-fim não contraria os interesses dos trabalhadores, que continuariam cobertos pela legislação vigente no País. No setor agropecuário, pontua, a mudança geraria menos custos ás empresas e, consequentemente, queda no preço dos alimentos ao consumidor final.

“A agricultura, dependendo da atividade, funciona com mais intensidade em determinados períodos do ano. Não há nada de errado trabalharmos com uma quantidade determinada de funcionários e, em períodos de produção, contratarmos empresas especializadas para fazer os trabalhos necessários, como preparo da terra e o plantio”, defende, lembrando que a prática é comum em vários países.

Flexibilização

A principal crítica á reforma trabalhista é que a flexibilização prejudicará o emprego direto no Brasil, tanto no setor público quanto privado, retirando direitos dos trabalhadores.

Quanto à terceirização de determinados serviços especializados, os contrários à reforma dizem que, além de ser responsável pela redução de salários, a mudança enfraquecerá a classe trabalhadora brasileira.

Fonte: Diário do Nordeste – CE

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