quinta-feira, 20 de março de 2014

É preciso ter cuidado com contas da empresa


Se gerir as próprias finanças é uma tarefa que exige disciplina, imagine para o pequeno empresário que precisa lidar, ao mesmo tempo, com suas contas e com as da empresa. Confundir o dinheiro do negócio com o do bolso pode ser fatal para quem está iniciando no segmento. Na visão dos economistas, a prática, além de acomodar o empresário, pode estabelecer prazo de vida para o empreendimento. Sabe-se que não é fácil erguer uma empresa sob gerência própria, no entanto, o negociante que almeja crescer e tirar o sustento da família sendo patrão precisa ficar atento: sem conhecimento de causa não há como se manter em um mercado tão competitivo.

Há 14 anos à frente de uma lanchonete no Bairro do Recife, uma comerciante, que preferiu não se identificar, disse que já houve momentos em que precisou tirar dinheiro do próprio bolso para manter o espaço. “Fiquei no zero. Na época, meu marido teve que desembolsar R$ 12 mil para compras extras. Se não fosse isso, talvez não estivesse aqui”, relatou. A situação da microempreendedora perdurou por 12 meses. Além de se responsabilizar pelo caixa, ela revelou fazer um pouco de tudo para se manter no local. “Lavo os pratos, organizo e faço a contabilidade com minha filha. Se não fizesse isso, o gasto com manutenção seria ainda maior”, justificou. Sobre o lucro, a negociante explicou que ele corresponde às expectativas do ramo. Finalizada a conta entre as despesas e as receitas, ela contou que o proveito líquido é destinado para investimentos próprios.

O analista de orientação empresarial do Sebrae, Luiz Nogueira, afirmou que uma loja precisa ter uma reserva para se renovar. “Uma prática comum é guardar o lucro líquido. Em alguns casos, o empresário usa um terço para reinvestir no negócio, um terço para reserva própria e o restante para uso de cunho pessoal. Este é o ideal, e não usar o montante adquirido desordenadamente”, orientou.

Já para o professor de economia do Cedepe Business School, Gustavo Leandro, a confusão com as finanças nasce da dificuldade que os empreendedores têm de conseguir crédito no mercado. “Os três primeiros anos são o período mais complicado para se manter e, muitas vezes, ele tira o dinheiro do bolso para aplicar no negócio e o dinheiro da empresa para pagar as contas geradas por ela. É meio que inevitável.”

LIÇÃO - Os microempreendedores não podem confundir faturamento com lucro. Além disso, é preciso se preocupar com o percentual da inadimplência. Orientações são do professor de economia do Cedepe Business School, Gustavo Leandro.

Fonte: Folha de Pernambuco

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