sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Salário mínimo em 2015 deve ser de R$ 788,06


A partir de 1º de janeiro de 2015, o salário mínimo deve ser R$ 788,06, segundo o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) 2015. Um reajuste de 8,8%. O anúncio foi feito ontem pela ministra do Planejamento, Miriam Belchior, depois de entregar a proposta ao presidente o Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL). O valor ficou acima do anunciado em abril deste ano, quando o reajuste do salário mínimo estava estimado em R$ 779,79, aumento de 7,71%.

A ministra Miriam Belchior antecipou que o texto prioriza investimentos em saúde, educação, combate à pobreza e infraestrutura. A peça orçamentária traz uma mensagem da presidenta Dilma Rousseff com um diagnóstico sobre a situação econômica do País e suas perspectivas.

Pela Constituição, o prazo de entrega do projeto pelo Executivo termina no dia 31 de agosto. Mas, com a expectativa de conclusão da votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que define as metas e prioridades da administração pública federal, só na semana que vem, durante o esforço concentrado, o governo se antecipou. A LDO deveria orientar a elaboração da peça orçamentária.

"Coloquei toda a equipe do ministério (do Planejamento) à disposição, para os esclarecimentos necessários, para que o Congresso possa fazer uma análise rápida do Orçamento e votá-lo até o fim do ano, prazo que o presidente do Senado (Renan Calheiros), confirmou que é possível fazer", explicou a ministra.

O Orçamento Geral da União (OGU) é formado pelo orçamento fiscal, da seguridade e pelo orçamento de investimento das empresas estatais federais. A Constituição determina que a proposta seja votada e aprovada até o dia 22 de dezembro.

Inflação estimada

No projeto de lei, também consta a estimativa para a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em 5%, no próximo ano.

O governo prevê que o superávit primário para o setor público consolidado será R$ 143,3 bilhões, valor que corresponde a 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Com o abatimentos, o superávit primário vai para R$ 114,7 bilhões, correspondentes a 2% do PIB.

'Aquém das necessidades"

Na avaliação do economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos no Ceará (Dieece-CE), Ediran Teixeira, o aumento trará um ganho real, contudo, ainda aquém das necessidades. Ele destaca ainda que a fórmula utilizada favorece quem ganha menos, mas chama atenção para o aspecto conjuntural da atualidade. "Essa fórmula usada para o cálculo do salário mínimo constitui em uma política acertada, que privilegia as pessoas que ganham menos. Agora, temos de ter cuidado com o aspecto conjuntural por conta das eleições e o anúncio e a variação do valor do salário podem ser usados para dar dinâmica ou não aos debates para a presidência da República", afirma.

Ganho real

"Voltando ao aspecto econômico, a fórmula fortalece a distribuição de renda e garante ganho real para os que ganham menos no Brasil, pessoas que possuem gastos fixos com alimentação, vestuário, moradia e transporte.

O necessário

Atualmente, o Dieese chega a calcular o salário mínimo necessário para uma família a partir do cálculo da cesta básica mensalmente e o valor deste salário está em torno de R$ 2,7 mil. Ou seja, mesmo com uma política descente, o governo não consegue um salário próximo ao do Dieese, ficando aquém da necessidade básica dos trabalhadores", completa o economista Ediran Teixeira.

Fonte: Diário do Nordeste – CE

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