quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Tributarista explica que INSS não está quebrado como vem sendo dito


"A previdência social não é deficitária. Tem N estudos a respeito disso. Mas não interessa à Procuradoria dizer que as contas da previdência estão numa situação que permite que todo mundo se transforme [em pensionista]. Eles querem realmente reduzir o número de benefícios", sustenta. "Houve desonerações por parte de algumas contribuições, mas outras continuam também. Você tem um benefício para o qual você contribuiu. Você não está lesando a previdência. O descompasso é que o brasileiro tem uma expectativa de sobrevida muito maior", explica.

A especialista destaca que o fator previdenciário, ao ser criado, tinha por objetivo equiparar valor de contribuição com valor dos benefícios a partir de variáveis como tempo de contribuição, a idade do trabalhador que requere a aposentadoria e a expectativa de vida dele.

"O fator previdenciário acabou se tornando mais maléfico para as pessoas que se aposentavam antes porque, quando eu tenho menos tempo de contribuição e menos idade, o meu fator tem incidência de menos um, dependendo do cálculo das variáveis. Com o fator previdenciário eu estou forçando o trabalhador a trabalhar mais com mais idade. Por esse raciocínio, eu mantenho a pessoa por mais tempo contribuindo para a previdência e aumento a minha receita", explica.

Sara Quental destaca que o objetivo do fator previdenciário não foi atingido porque, no caso de um homem de 70 anos, com 35 de contribuição, ao invés de se aposentar recebendo um benefício menor, segue trabalhando e passa a receber não apenas o salário do empregador como também o benefício do INSS.

A tributarista explica ainda que as centrais estão propondo, na verdade, a troca do fator previdenciário por outro modelo de cálculo das aposentadorias, aumentando o tempo de contribuição.

Num primeiro momento, as centrais levaram ao governo a fórmula 80/90, que estipula tempo de contribuição mais idade do contribuinte. Para a mulher, o teto seria 80 anos e, para os homens, 90 anos.

A proposta mais recente que foi levada à mesa de discussão entre o governo e as centrais sindicais eleva os tetos de tempo de vida e de contribuição para 85 anos, no caso das mulheres, e 95 anos para os homens.

"Teoricamente a pessoa vai ter que trabalhar um pouco mais e com mais idade, só que com esse cálculo aumentou também mais idade e tempo de contribuição. Se eu retiro o fator previdenciário, eu não tenho mais essa incidência nociva [com os que pedem a aposentadoria mais jovens]. Isso seria lógico porque eu aumento o tempo de contribuição. É mais ou menos seis por meia dúzia".

Fonte: DCI

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