Chegou
o período em que o contador mais tem serviço. Esta é uma oportunidade de
melhorar o rendimento e, quem sabe, realizar um antigo sonho.
Em
função do alto volume de trabalho, especialmente no mês de abril, nem os
sindicatos dos contabilistas se arriscam a promover treinamentos, pois é quase
certo o fracasso do evento.
No
passado, quando o preenchimento da Declaração do Imposto de Renda (DIRPF) era
datilografado, este processo, inteiramente manual, exigia muita competência
para calcular corretamente o imposto devido e para que o cliente não caísse nas
“garras do Leão”. Esse era o período, conhecido de todos, em que o contador
ganhava dinheiro que lhe permitia trocar o carro ou fazer uma viagem de férias.
Hoje
os processos são totalmente automatizados, o que facilita significativamente o
trabalho, porém o Fisco está também cada vez mais aparelhado com o objetivo de
arrancar o máximo de imposto dos contribuintes, o que exige ainda mais destreza
para a confecção da DIRPF.
No
entanto, a parte ruim e que desvaloriza é a concorrência, pois alguns oferecem
o serviço por valores que inviabilizam a execução do trabalho com a dedicação
necessária.
Nem
sempre o cliente consegue diferenciar um trabalho do outro e, assim agrega
pouco valor ao serviço. Então, quanto devo cobrar para fazer a DIRPF?
Proponho
que o primeiro passo seja calcular o preço de custo da hora do setor que
prestará o serviço, agregar as despesas variáveis e o lucro desejado.
Calculado
o preço de venda da hora é chegado o momento de estimar o tempo que será
necessário para atender o cliente e executar o serviço.
Na
apuração do tempo considere desde o primeiro contato para a entrevista e
levantamento das informações até a entrega definitiva da DIRPF.
Se
o cliente parcelar o imposto e você ficar responsável pelo acompanhamento é
preciso incluir este tempo. Também não esqueça da responsabilidade pela guarda
dos documentos e os possíveis contatos para solicitar a cópia da DIRPF ou
outras informações que não serão passíveis de cobrança futura.
Multiplique
o tempo estimado pelo preço da hora para assim encontrar o valor proposto para
fazer a DIRPF. Terminou? Não! Você encontrou a sugestão, mas para fechar o
negócio é vital comparar com o mercado e identificar o valor percebido pelo
cliente.
Você
poderá praticar valores maiores que a concorrência, desde que o cliente perceba
maior valor nos serviços prestados por sua empresa. Se for possível, você
poderá praticar preços mais avantajados que o sugerido, com base nos custos.
Se
o cliente não reconhecer valor e deseja pagar preços que não cubram todos os
custos e reste lucro, sugiro que não seja prestado o serviço.
Fique
atento. Este pode ser o momento de prestar bons serviços, desde que a prática
de valores justos seja lembrada. Só trabalham com prejuízo aqueles que
desconhecem os custos. Estes certamente prostituem o mercado, e geralmente têm
vida “profissional” com data de validade.
Fonte:
Jornal Contábil
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