O
ano de 2015 marca o fim do prazo prescricional das informações transmitidas
pelas empresas ao governo, por meio do Sistema Público de Escrituração Digital
– SPED. Por este motivo, as organizações devem estar preparadas para a
intensificação das fiscalizações e autuações pelos órgãos arrecadadores.
Conforme
alerta o CEO da TaxWeb Compliance Fiscal, Evandro Ávila, a cada nova etapa do
SPED implantada nos últimos anos percebe-se a intensificação da Fiscalização,
aumento da quantidade de autuações e, consequentemente, aumento da arrecadação.
“Constatamos esse aumento não apenas pelo relatório publicado pela Receita
Federal, referente aos anos de 2010, 2011, 2012 e 2013 onde foram arrecadados
R$90 bi, R$ 109 bi, R$ 116 bi e R$190 bi, respectivamente. Também comprovamos
esse movimento pela crescente demanda que estamos recebendo de nossos clientes.
Apenas em 2014 foram realizadas 30.040 autuações que resultaram em R$ 190
bilhões. Diante da queda de 20,8% nas arrecadações em relação a 2013, a RFB
elaborou e divulgou em seu site um plano de ações para 2015 onde revela que
100% dos contribuintes já estão identificados, 46.000 tem indícios de
irregularidade e 9.478 grades contribuintes, que correspondem a 72% das
autuações e 65% da arrecadação federal, já estão sendo monitorados”.
Segundo
o especialista e diretor de operações Marcelo Simões, é fundamental que as
empresas dediquem esforços na validação de arquivos digitais e das informações
nas obrigações acessórias já transmitidas nos últimos 5 anos. “Atualmente há recursos
para auditoria eletrônica que oferecem um nível refinado de validações e
análises, permitindo descobrir inconsistências que já foram ou serão
identificadas pelo Fisco e corrigir os arquivos para uma nova transmissão,
antes de receber qualquer intimação. O problema maior é que as informações que
estão no ERP são submetidas a diversos parâmetros para serem geradas e, muitas
vezes, em diferentes obrigações acessórias. Sendo assim, apenas os cruzamentos
entre arquivos podem revelar inconsistências entre elas e realmente garantir a
tranquilidade das empresas.”
Conforme
disposto na legislação, todo contribuinte é obrigado a utilizar o PVA (Programa
Validador e Assinador) para transmitir as suas obrigações fiscais. O sistema
oficial da RFB é equipado com validações que visam garantir o recebimento das
informações dentro dos padrões necessários para que possam ser interpretadas e
cruzadas eletronicamente. De acordo com Simões “algumas empresas acreditam que
suas informações estão corretas quando os seus arquivos não apresentam erros na
validação do PVA”.
Para
que as empresas estejam preparadas para as ações da Fiscalização, o
especialista da TaxWeb recomenda sanar os problemas que geram as informações
incorretas, como o cadastro de produtos e participantes e os parâmetros de
cálculo do ERP / sistemas, auditar as obrigações acessórias transmitidas nos
últimos 5 anos para verificar a qualidade dos dados e possíveis riscos e
conferir se todos os documentos fiscais eletrônicos (NF-e, CT-e etc.) desse
período estão armazenados e organizados para serem apresentados, quando forem
intimados a prestar esclarecimentos. “Quando ocorre um procedimento de
fiscalização, a análise é realizada de forma cruzada. Por exemplo, verificam se
há divergência no recolhimento de impostos confrontando as NF-e com os
registros das notas dispostos no SPED Fiscal, também analisam informações
trabalhistas e previdenciárias cruzando informações do MANAD, EFD Contribuições
e DIRF. Por essa razão, se queremos garantir a acuracidade das informações
devemos pensar e atuar sob a mesma lógica e ótica do Fisco.”
Criado
em 2007 e implantado em diversas etapas ao longo dos últimos anos, o SPED
proporciona ao Fisco um completo raio-x das informações contábeis, fiscais e
trabalhistas das empresas, devido à possibilidade de cruzamento de dados entre
registros de um mesmo arquivo e entre diferentes obrigações acessórias, tais
como: SPED Contábil, SPED Fiscal, SPED Contribuições, Conhecimento de
Transporte Eletrônico – CT-e, Nota Fiscal Eletrônica – NF-e, MANAD, FCONT, Nota
Fiscal de Serviços Eletrônica – NFS-e, EFD-Contribuições e ECF.
A
próxima etapa do SPED, considerada a maior de todas, é o e-Social que passa a
vigorar em 2015 e reunirá todas as informações trabalhistas dos empregados a
serem encaminhadas pelos empregadores ao governo. “Considerando que o MANAD
deixará de existir nesse ano e que nele constam informações que farão parte do
e-Social, entendemos que, nos próximos meses, essa será a principal fonte de
autuações da RFB” explica Simões.
Para
o CEO da TaxWeb, “mais do que nunca, investir no cumprimento das obrigações
junto ao governo, na segurança da guarda e transmissão dos documentos
eletrônicos deve ser prioridade para as empresas, evitando problemas e
prejuízos pelo não cumprimento das obrigações, pela omissão ou transmissão de
dados incorretos. Para muitas empresas, o compliance fiscal era algo difícil e,
por isso, inatingível. Agora, em qualquer veículo de informação é possível
acompanhar investigações e fiscalizações e entender o verdadeiro impacto e
significado da palavra compliance” – complementa Evandro Ávila.
Fonte:
Revista Dedução
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