A
queda na avaliação do governo Michel Temer, que tem aprovação de apenas 10,3%
da população, segundo pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT)
divulgada quarta-feira, aumentou a pressão para que a equipe econômica adote
medidas populares e tente reverter o quadro. Depois da liberação das contas
inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), o ministro da Casa
Civil, Eliseu Padilha, disse que o Planalto pretende emplacar o aumento do
grupo de contribuintes isentos do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF).
Nos
estudos para elevar as isenções no IRPF, a ala política chegou a sugerir que
quem recebe até R$ 8 mil por mês seja isento. Isso quadruplicaria o valor
atual, de R$ 1.903,98. A medida já está sendo estudada pela Receita Federal,
segundo informou à reportagem um integrante da equipe econômica. Se tiver folga
no Orçamento, poderá ser adotada ainda em 2017, já que para reduzir o tributo
não é preciso esperar a virada do ano.
A
Receita alertou que era um valor inviável. “Foi um primeiro chute de quem não
tinha a precisão dos números”, confirmou outra fonte da área econômica. Padilha
já disse que o governo estudava aumentar a faixa de isenção, mas oficialmente
negou que tenha sugerido o valor de R$ 8 mil.
A
Fazenda analisa os cenários, comparando o comportamento da arrecadação prevista
com eventuais medidas de alívio ao contribuinte. O resultado da procura por
compensações é que a Receita voltou a estudar a possibilidade de criar uma nova
faixa do IRPF (entre 30% e 35%) para contribuintes que têm renda acima de R$ 20
mil.
A
questão mais delicada do governo é afinar as pretensões do núcleo político do
ministério com os compromissos fiscais da equipe econômica. No caso do FGTS, a
ideia defendida, inicialmente, na Fazenda era limitar os saques a um
determinado valor. No fim, a liberação foi permitida para todas as faixas. A
ala política do governo quer anúncio de medidas positivas pelo menos a cada
dois meses. Uma fonte do Planalto diz que não chega a haver embate entre os
ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e da Fazenda, Henrique Meirelles, mas
cada um cumpre seu papel. “É um jogo político natural. O governo precisa dessa
agenda positiva para se legitimar e contrapor à votação das reformas da
Previdência e trabalhista, que são impopulares”, disse.
A
liberação dos saques para 30 milhões de brasileiros com contas inativas do FGTS
foi considerada por economistas uma medida bem-sucedida, que deve liberar cerca
de R$ 35 bilhões na economia.
Fonte:
Diário de Pernambuco
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