O
presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, afirmou na última quinta-feira
(6) que o Simples Nacional, destinado aos pequenos negócios e que unifica oito
impostos em uma única guia de pagamento, é um modelo para a reforma tributária
a ser implantada no país. “O Brasil precisa de um grande Simples, que vem
funcionando com total êxito desde a sua implantação”, ressaltou Afif, durante
reunião do Conselho Superior de Direito da Federação das Associações Comerciais
do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), que debateu pontos da reforma
tributária com o relator do projeto na Câmara Federal, deputado Luiz Carlos
Hauly (PSDB-PR).
Afif
apoia a proposta tributária que está em discussão no Congresso Nacional, mas
defende que se estabeleçam prazos para as medidas entrarem em vigor e que elas
sejam divididas em fases, reduzindo a resistência de setores como os governos
estaduais. “O Samuel Klein (fundador da Casas Bahia) nos ensinou que à vista
nem sempre é possível vender, mas a prazo sim. Não é uma questão de fatiar a reforma,
mas ela pode ser dividida em fases, diminuindo as resistências”, detalhou.
O
presidente do Sebrae ressaltou que, antes mesmo da votação da proposta de
reforma tributária, medidas de simplificação já podem ser adotadas em curto
prazo. Ele lembrou que o Sebrae fechou uma parceria com o Governo Federal para
criar uma série de sistemas com o objetivo de melhorar o ambiente de negócios,
reduzir a burocracia e dar mais agilidade aos processos de gestão das micro e
pequenas empresas. O convênio, no qual o Sebrae investirá R$ 200 milhões,
permitirá a criação de dez sistemas que irão diminuir a complexidade e o tempo
gasto no cumprimento das obrigações tributárias, previdenciárias, trabalhistas
e de formalização. “Esses sistemas são um preparo para a simplificação que
ocorrerá com a reforma tributária”.
Outro
ponto destacado por Afif é o auxílio do Sebrae na elaboração das propostas para
o projeto de reforma tributária. A instituição contratou a Fundação Getúlio
Vargas (FGV) para elaborar estudos com sugestões que possam subsidiar o debate
sobre a reforma. O Sebrae vai usar a sua experiência na simplificação para
ajudar na elaboração das propostas.
“Fizeram
do nosso sistema um verdadeiro manicômio tributário, que conspira contra o
crescimento econômico”, disse o deputado Luiz Carlos Hauly. Ele destacou que o
sistema, além disso, é regressivo, beneficiando que tem renda maior. “Quem
ganha até dois salários mínimos, compromete 53,9% da sua renda com o pagamento
de tributos. Já o índice de quem ganha até 30 salários mínimos é de 36,6%”,
explicou.
O
modelo proposto por Hauly contempla a extinção de tributos que vigoram hoje e a
criação do Imposto de Valor Agregado (IVA) Nacional, acrescido do Imposto
Seletivo Monofásico (ISM), que envolveria setores como energia elétrica,
comunicações, veículos, cigarros e bebidas. A manutenção do Supersimples está
contemplada nesta proposta.
Fonte:
Agência Sebrae
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