Como
já previsto o eSocial vem se consolidando. Para quem acreditava que haveria
outra prorrogação se enganou, pois o fato é que o sistema passou a valer para
praticamente todas as empresas do Brasil independente de sua estrutura.
O
projeto de unificar o envio de informações passou de uma mera possibilidade
para realidade, onde o Governo Federal fez vale sua intenção de centralizar e
organizar as informações prestadas pelo empregador sobre seus funcionários.
“Porém,
algo que chamo atenção é que muitas empresas não estão se atentando para os
impactos que a Estrutura de Cargos e Salários poderá causar na qualidade e legalidade
das informações”, explica o sócio da Bazz Estratégia em Recursos Humanos, Celso
Bazzola.
Ao
encaminhar as informações para o eSocial do momento da admissão até a sua
demissão de um empregado, todas as informações relacionadas com o cargo,
salário e sua Classificação também estarão sendo encaminhadas, o que nos remete
a estar mais atentos na informação do CBO – Código Brasileiro de Ocupações
inseridas no cadastro do empregado em folha de pagamento. Esta informação
impactará diretamente em algumas questões como a inclusão e atendimento a cotas
dos aprendizes, PCD’s (profissionais com deficiência), comparativos de isonomia
salarial artigo 461 da CLT.
Portanto,
estruturar o quadro de carreira, descrições de cargos, políticas internas
salariais torna-se condição tão importante quanto os itens admissionais, férias
e demissionais. O eSocial vale veio para ficar e enquadrou todas as empresas
que contrata trabalhadores — empresas de todos os tamanhos, profissionais
liberais, produtores rurais e patrões de empregados domésticos – que deverão
seguir os prazos de implantação e atender as exigências legais, onde não houve
mudanças na lei, mas sim transparência no seu cumprimento.
“Vejo
com bons olhos e uma grande oportunidade para que as empresas, independente de
sua estrutura desenvolvam sistemas que atendam a legislação, mas que a mesma
possa construir uma relação de visão de carreira e justiça de remuneração, onde
haja de forma clara a definição de carreira e a valorização dos profissionais
que realmente estão engajados para o resultado e crescimento da empresa”,
avalia Celso Bazzola.
As
obrigações de cumprir a legislação em si não são novas, mas a forma de
demonstrá-la ficou mais criteriosa o que muda o fluxo de trabalho e a cultura
interna em relação ao cumprimento das leis já incluindo as definidas junto a
Reforma Trabalhista.
O
impacto também será na área de recursos humanos, como complementa o sócio da
Bazz. “Inicialmente o impacto tinha como foco a qualificação de documentos e
dados, sendo o desafio disseminar essas mudanças aos gestores, a fim de
demonstrar que seu papel não é apenas gerir sua equipe, mas sim saber se
planejar para atender tais exigências”.
Bazzola
alerta sobre a importância de desenvolver a estruturação de cargos, salários e
carreira onde recomenda: “que todas as empresas analisem sua forma de gestão de
carreira, adequando de forma criteriosa sua estrutura de Cargos e Salários, a
fim de não impactar em falhas levando a empresa sofrer sanções legais”.
Percebe-se
que nem todas as empresas perceberam que a falta de políticas de carreira e
salário pode afetar a gestão criando riscos desnecessários. É preciso haver
transparência e definição clara das atividades e o que se exige de cada cargo,
além de promover que os ocupantes estejam adequados para esta condição. Bazzola
explica “que ao definir uma estrutura organizacional, critérios, sequência de
carreira e adequação das habilidades do ocupante as necessidades do cargo,
todos ganham, pois a empresa estará garantindo a qualidade nos resultados e a retenção
e atração de talentos devido a forma que valoriza seus profissionais”.
O
eSocial sendo uma realidade sem volta, não há o porque correr riscos mantendo
uma estrutura desorganizada e com divergências legais. Bazzola entende que “Os
maiores motivos de rever ou implantar a estrutura de cargos e salários são:
atender a legislação e informar no eSocial corretamente e a criação de uma
cultura e ambiente interno de motivação e valorização dos talentos pela
entrega.
“A
partir do momento em que for implementado esta nova estrutura, todas as brechas
legais estarão cauterizadas e a imagem da empresa terá maior relevância pelo
que cumpre, atende ao mercado e valoriza o ser humano”, finaliza Celso Bazzola.
Fonte:
Jornal Contábil
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