Com
o mercado de trabalho cada vez mais exigente, os profissionais devem estar
preparados para acompanhar as mudanças e saírem na frente. Os impactos advindos
dos avanços tecnológicos têm impulsionado transformações nas áreas de atuação de muitos segmentos,
como na Contabilidade. No entanto, a carreira contábil continua sendo
imprescindível ao desenvolvimento sustentável de empresas e governos.
De
acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGED, a
contabilidade esteve entre as seis profissões de nível superior que mais
contrataram em 2018 no Brasil, com quase 17 mil vagas abertas e preenchidas no
mercado de trabalho. Além disso, o levantamento também aponta a carreira como a
quarta mais bem remunerada no País, atrás apenas dos administradores,
especialistas em marketing e recursos humanos. Os dados foram colhidos das
empresas instaladas nas 27 capitais e regiões metropolitanas do País.
No
âmbito acadêmico, a graduação em Ciências Contábeis é uma das mais populares do
Brasil. Segundo o Censo da Educação Superior, realizado pelo Ministério da
Educação em 2017, a profissão ocupa o 4º lugar entre os 10 maiores cursos de
graduação em número de matrículas.
Para
o presidente do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Zulmir Breda, o cenário
evidencia a essencialidade do profissional contábil seja em momentos de
recessão ou bonança financeira. Segundo ele, os dados, por si só, demonstram
que a carreira não está em declínio, como sugerem opiniões isoladas, mas em
total ascensão com as transformações resultantes dos avanços tecnológicos.
“Em
tempos de crise, como vivenciamos nos últimos anos na economia brasileira, a
Ciência Contábil se destacou pela amplitude dos assuntos de seu domínio, sendo
a opção certa para as empresas fazerem os ajustes necessários para a retomada
do crescimento. Além do conhecimento técnico das normas contábeis, temas como
legislação tributária, controladoria, comércio internacional e finanças
públicas fazem parte das especialidades da nossa profissão”, ressalta.
Zulmir
também destaca que, nos momentos de
bonança, a figura do contador também é crucial, já que é preciso garantir a
sustentabilidade dos negócios. “É sempre necessário analisar estratégias de
investimentos buscando valorizar e expandir a empresa, com transparência e
integridade, lembra.
Diversas
consultorias de recrutamento apontam que, com a possível recuperação econômica
este ano, cargos como de diretor financeiro e de diretor de impostos estarão
entre os mais demandados pelo mercado, sendo a formação em Ciências Contábeis
um diferencial para se ocupar essas funções. Entre os outros cargos que estão
em alta para os profissionais da contabilidade, se destacam o controller, o
analista contábil de report, o gerente de compliance e risco e o parametrizador
de sistemas.
Em
todos os casos, a vice-presidente de Desenvolvimento Profissional, Lucelia
Lecheta, explica que é necessário que a classe esteja atenta à mudança no
perfil dos contadores exigida no mercado. Segundo ela, com a rapidez que as
transformações tecnológicas vêm acontecendo, é importante estar preparado para
absorver informações e se adaptar a nova era da inteligência artificial, saindo
do nível operacional de trabalho rumo a um patamar mais estratégico.
“Nesse
aspecto, o profissional pode estar seguro de que suas habilidades e capacidade
analítica são insubstituíveis. Os softwares podem gerar dados, contudo, estes
precisam ser explorados, cuidadosamente analisados e transformados em
planejamento, de modo que o cliente tenha clareza das melhores escolhas que o
levarão a alcançar o sucesso em seu empreendimento. Assim, a atualização de
conhecimentos é imprescindível para que o profissional não fique para trás”,
explica.
Educação Profissional
Continuada como caminho para a capacitação
Alinhado
aos padrões internacionais de Contabilidade, o CFC possui o Programa de
Educação Profissional Continuada (PEPC) que visa atualizar e expandir os
conhecimentos e competências técnicas e profissionais, juntamente com as
habilidades multidisciplinares.
O
PEPC é direcionado aos auditores independentes, responsáveis técnicos pelas
demonstrações contábeis ou que exerçam funções na área de gerência no processo
de elaboração das demonstrações contábeis daquelas empresas reguladas e/ou
supervisionadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), pelo Banco Central
do Brasil (BCB), pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) e pela
Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc). Engloba,
também, empresas consideradas de grande porte nos termos da Lei n.º 11.638/2007
e entidades sem fins lucrativos que se enquadrem nos limites monetários da lei
citada.
De
acordo com a Norma Brasileira de Contabilidade (NBC PG 12), para cumprir o
Programa, o profissional deve atingir, no mínimo, 40 pontos de EPC por ano.
Essa pontuação pode ser obtida de várias maneiras, como por exemplo,
lecionando, participando de cursos, congressos, conferências ou seminários,
entre outras. Atualmente, existem mais de dois mil cursos e eventos
credenciados pelo CFC que podem ser consultados nos sites dos Conselhos
Regionais de Contabilidade (CRCs).
Vale
mencionar que, além dos profissionais que são obrigados a prestar contas ao
PEPC, o CFC incentiva a participação voluntária.
“A
atualização e capacitação dos profissionais têm sempre por objetivo aprimorar a
qualidade dos serviços prestados, oferecendo à sociedade contadores preparados
para as mais diversas atuações que a formação permite. Essas vão desde a
contabilidade de micro e pequenas empresas, passando pelas de médio e grande
porte, auditoria interna e independente, contabilidade do setor público,
contabilidade do terceiro setor, assessoria contábil, análise financeira,
consultoria, perícia contábil até o âmbito acadêmico”, exemplifica a
vice-presidente Lucélia.
Programa Excelência na
Contabilidade
O
Conselho também possui o Programa
Excelência na Contabilidade, que tem como proposta intensificar a implantação
de cursos de pós-graduação stricto sensu em Contabilidade. Esse programa
participa financeiramente de projetos específicos, mediante convênios firmados
com instituições de ensino superior recomendados pela Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
O
projeto toma uma dimensão importante ao considerarmos que, mesmo com a expansão
do ensino superior e de programas de pós-graduação, o número de cursos de
mestrado e doutorado na área de Ciências Contábeis ainda é muito reduzido. De
acordo com a avaliação quadrienal da Capes de 2017, são cerca de 18 programas
que abordam, de fato, as Ciências Contábeis em todo país.
“A
profissão não vai acabar, mas encontra-se em constante movimento e promovendo
muita mudança. Ela sempre esteve em evolução, mas, devido aos avanços
tecnológicos, as coisas agora são mais rápidas. Ela não caminha para o fim, mas
para o aprimoramento e o profissional da contabilidade deve estar preparado
para atender essas novas capacidades”.
Fonte:
Conselho Federal de Contabilidade
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