Trabalhar
em equipe parece ser o objetivo de todos os tipos de treinamentos,
profissionalizantes ou educativos, mas a colaboração em um grupo pode na
verdade ser prejudicial se o objetivo for registrar informações.
A
memória resultante de ações em grupo é importante em diversas situações, de
comitês de seleção para emprego, até em tribunais, onde os jurados trabalham
juntos para recordar evidências antes de chegar a um veredito. Nas escolas e
nas universidades, os estudantes também costumam trabalhar em conjunto para
rever a matéria do curso antes dos exames.
Mas
um estudo comparativo entre grupos e igual número de pessoas trabalhando
individualmente - um grupo de quatro pessoas versus quatro indivíduos isolados,
por exemplo - mostrou que aqueles que trabalham sozinhos gravam muito mais
informações.
Também
se constatou que o trabalho em grupo é mais prejudicial para grupos maiores do
que para grupos menores. Outra conclusão é que amigos e membros da família são
mais eficazes em trabalhar em conjunto do que estranhos.
Inibição colaborativa
Os
pesquisadores já até cunharam um termo para o efeito: inibição colaborativa.
Eles
sugerem que a inibição colaborativa ocorre porque o trabalho em grupo atrapalha
as estratégias individuais de memorização.
"Os
membros do grupo desenvolvem suas próprias estratégias preferidas de
memorização para recordar informações. Por exemplo, a pessoa A pode preferir
recordar a informação na ordem em que foi aprendida, mas a pessoa B pode
preferir recuperá-la na ordem inversa. E a lembrança é maior quando as pessoas
podem usar as suas próprias estratégias de recuperação.
"Durante
o trabalho em grupo, os membros ouvem os outros lembrando informações por meio
das suas próprias estratégias de recuperação, o que atrapalha suas estratégias
preferenciais. Isto resulta em que cada membro fica abaixo do seu desempenho
normal, e o grupo como um todo perde. Os indivíduos que trabalham sozinhos
podem usar as suas estratégias de memorização preferenciais sem essa ruptura,
de forma que eles se lembram mais," explicou o professor Craig Thorley, da
Universidade de Liverpool (Reino Unido), que fez o estudo em colaboração com
colegas da Universidade de Ontário (Canadá).
Os
resultados foram publicados na revista Psychological Bulletin.
Fonte:
Unisite
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