O
governo vai corrigir a tabela de Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) em 5%. O
reajuste será concedido de forma linear entre todas as faixas de rendimento. A
correção é inferior à projeção do governo para a inflação deste ano, de 7,2%,
mas um pouco maior do que a expectativa para a inflação – medida pelo IPCA –
para 2017, de 4,8%.
O
salário mínimo deve ficar em R$ 945,80 no ano que vem. As estimativas integram
o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) apresentado pelo governo nesta
quarta-feira, 31, primeiro dia da gestão efetivada de Michel Temer na
Presidência e último dia do prazo para apresentação da proposta orçamentária
para 2017.
O
reajuste da tabela do IR é um aceno do governo para a classe média. A equipe
econômica era contra a proposta, que deve reduzir ainda mais as receitas em um
ano em que o déficit deve atingir R$ 139 bilhões.
O
secretário executivo do Ministério da Fazenda, Eduardo Guardia, admitiu que a
correção da tabela do Imposto de Renda vai reduzir a arrecadação prevista para
o ano que vem, mas afirmou que isso já está incluído nos cálculos feitos para o
Orçamento.
Por
outro lado, o governo optou por não incluir as compensações que constam no
projeto de lei que já tramita no Congresso Nacional, como mudanças na
tributação de heranças, por exemplo. Se forem aprovadas, elas podem aumentar a
arrecadação da União. “O efeito da correção da tabela do IR reduz previsão de
receitas, mas as compensações do projeto não estão previstas na projeção de
arrecadação de 2017”, explicou.
Atualmente
em R$ 880, o salário mínimo deve ser reajustado em 7,48%, projeção da União
para a inflação medida pelo INPC neste ano. Não haverá contribuição do PIB para
o cálculo, uma vez que houve recessão em 2015. A elevação neste ano foi de
11,6% em relação a 2015, quando estava em R$ 788,00.
Em
abril, o salário mínimo proposto na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para
2017 era de R$ 946. A proposta foi apresentada em abril deste ano. Em julho, na
revisão da LDO, a projeção para o mínimo foi reduzida para R$ 945,50.
A
regra de reajuste do salário mínimo estabelece que o valor seja corrigido pela
inflação do ano anterior, medida pelo INPC, e pelo crescimento do Produto
Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. Essa norma foi aprovada em lei e valerá
até 2019.
A
política de valorização do salário mínimo foi um marco do governo petista. A
vinculação do mínimo aos benefícios pagos pela Previdência Social ajudou a
melhorar o poder de compra da classe média, mas acelerou os gastos da área, que
deve registrar um déficit de R$ 181,25 bilhões no ano que vem, segundo previsão
do próprio governo.
Fonte:
Estadão – SP
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