ICMS,
PIS, COFINS, IPI, CSL, IRPJ… São tantos impostos pagos que manter uma empresa
em conformidade com as exigências tributárias despende atenção constante dos
profissionais responsáveis. E mesmo com todo cuidado para cumprir com as
obrigações podem ocorrer deslizes. Nessas situações que o gestor se dá conta de
quanto o Governo está infiltrado na sua empresa. Ou seja, qualquer movimentação
errada realizada, um produto vendido ou um tributo não pago já são detectados
pelo Fisco.
Tempos
atrás, para verificar o cumprimento das obrigações, o fiscal se dirigia até a
empresa e lá checava se o pagamento de tributos e as documentações estavam em
ordem. O trabalho era lento e nem sempre tão eficaz.
Atualmente,
os programas de fiscalização da Receita Federal são considerados um dos
melhores do mundo. A utilização de tecnologia avançada e software de última
geração permitem que qualquer passo errado do empresário seja identificado pela
Fiscalização quase que imediatamente.
O
resultado disso pode ser confirmado nos números de arrecadação e fiscalização
divulgados pela Receita Federal, relativos a 2017, que veremos no decorrer
deste artigo.
A importância do SPED e da
Nota Fiscal Eletrônica na fiscalização
O
Sistema Público de Escrituração Digital – SPED é um programa de unificação de
dados que as empresas devem informar ao Governo. Funciona basicamente como um
arquivo digital no qual são reunidos todos os livros e documentos que integram
as escriturações contábeis e fiscais das pessoas jurídicas.
A
vantagem da implantação do SPED para as empresas é que ele facilita e
simplifica a entrega da documentação obrigatória ao Fisco. Além disso, com a
informatização dos processos ele evita burocracia e a necessidade de papeis.
Em
relação ao Governo, a implantação do SPED tem um importante papel no
desenvolvimento da fiscalização. Desde que foi instituído em 2007, a
arrecadação federal vem batendo recordes.
O
cruzamento de dados a partir de um banco de informações seguro facilitou a
descoberta de ilegalidades tributárias por meio de auditorias eletrônicas.
Além
do SPED, a instituição da Nota Fiscal Eletrônica – NF-e também tem contribuído
para a eficiência arrecadatória. Isso acontece porque o sistema utiliza
algoritmos de inteligência artificial que informam ao Fisco cada emissão de uma
Nota Fiscal.
O aumento de arrecadação
da RF em 2017
“2017
foi o melhor ano da história da fiscalização da Receita Federal”. A afirmação
foi dita pelo subsecretário da Fiscalização Iágaro Jung Martins, em coletiva de
imprensa. O resultado financeiro indireto da Fiscalização do ano passado 2017
foi de R$ 1,342 trilhões.
De
acordo com a RF, a previsão de arrecadação no exercício de 2017 era de R$
143,43 bilhões, mas esse valor foi superado de forma considerável. Os créditos
tributários atingiram o montante de R$ 204,99 bilhões, número recorde de
arrecadação.
Os
números representam um aumento de 68,5% em relação a 2016, no qual a
arrecadação foi de R$ 121,66 bilhões.
Para
a Receita Federal, grande parte do aumento da arrecadação se justifica pela
consciência empresarial em relação à sonegação. Segundo o órgão, como as
irregularidades e o não pagamento de tributos estão mais fáceis de serem
identificados, os empresários estão mais atentos ao cumprimento das normas.
Mesmo
assim, o número de autuações também aumentou. Nos últimos quatro anos foi
verificado um crescimento de 22,55% em relação ao período anterior.
A expectativa da
Fiscalização para 2018
O
Governo pretende estar ainda mais infiltrado nas empresas neste ano. Isso
porque a expectativa da Receita Federal é de R$ 148,99 bilhões de sujeitos
passivos executados, de acordo com a divulgação do Plano Anual da Fiscalização
2018.
A
prioridade é encontrar indícios de ilícitos praticados por empresas de grande
porte e por pessoas físicas com maior renda e patrimônio. As atividades estão
sendo desenvolvidas por auditores fiscais especializados em identificar as
irregularidades.
Como
o monitoramento é contínuo, o Plano antecipa momentos de avaliação, quando
novas ações podem ser implantadas, desde que sejam de interesse fiscal.
O monitoramento dos
maiores contribuintes
Como
forma de atingir a meta de arrecadação, as ações estão sendo realizadas de
acordo com a situação específica e de acordo com a ocorrência dos tributos.
Consequências desses monitoramentos são observadas no cumprimento espontâneo
das obrigações tributárias.
Nesse
sentido, os auditores-fiscais e analistas tributários estarão focados nos
contribuintes de maior renda para identificar as possíveis irregularidades.
8.699 pessoas jurídicas com esse perfil serão monitoradas. Esse número
representa menos de 0,01% das empresas brasileiras em sua totalidade.
Embora
pareça uma quantidade insignificante de contribuintes, esse seleto grupo
representa cerca de 60% da arrecadação das receitas administradas pela RF.
A
instituição também destaca que alguns grupos econômicos também terão maior
enfoque, como o setor financeiro, o setor de telecomunicações e o de
metalurgia.
As operações previstas
para este ano
A
Receita Federal também divulgou as operações de investigação que serão
realizadas no decorrer de 2018. Entre elas estão a Operação de Evasão nos
setores de cigarros, de bebidas e de combustível.
O
objetivo é identificar contribuintes que adotam condutas irregulares no
pagamento de tributos e, dessa forma, promovem concorrência desleal com as
empresas do mesmo setor que cumprem o regimento tributário.
No
caso dos combustíveis, será desenvolvido um programa de fiscalização e seleção
de empresas fabricantes e importadoras de biodiesel e álcool. O projeto é
desenvolver ações que estimulem a arrecadação espontânea.
Prevenção e Planejamento
como melhor caminho
Para
as empresas que tentam seguir à risca as obrigações tributárias e têm
dificuldades em acompanhar todas as complexidades da legislação, o melhor
caminho é a prevenção como forma de antecipar problemas, e o planejamento, como
meio de pagar menos tributos possível da maneira correta.
A
Prevenção consiste no acompanhamento periódico da gestão tributária com foco no
cumprimento tempestivo das diversas obrigações assessórias que recaem sobre o
contribuinte, permitindo agir de forma antecipada sobre eventuais problemas
encontrados.
Já
o Planejamento Tributário busca meios legais para cumprir a legislação de forma
correta e com economia. Ou seja, além da empresa se manter na linha no
pagamento dos tributos, ainda tem a possibilidade de economizar recursos que
poderão ser investidos em outras áreas.
Fonte:
Blog BLB Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário