Inovar
sempre e não se apegar a ideias que já se provaram ineficientes. Esta é a
fórmula indicada por Geuma Campos Nascimento, sócia da Trevisan Gestão &
Consultoria, para bem gerir um escritório de contabilidade.
A
teoria é absoluta, mas a prática nem sempre é levada avante em razão de
trivialidades, como clientes que não aceitam mudar a maneira de executar
determinadas tarefas. "Sempre fiz desta maneira, por que agora tenho que
mudar?", é um questionamento recorrente ouvido pelos profissionais. O que
fazer? Tentar convencê-lo de que a mudança será boa para os negócios. "O
investidor brasileiro ainda não tem a cultura de gerir seus negócios com base
na contabilidade, logo isso também é um desafio para os empresários da
contabilidade", diz Geuma.
Alexandre
Auler, CEO do grupo Invoiceware, afirma que o poder de adaptação a novas
realidades precisa ser a qualidade de contabilista. Ele julga invasivas as
novas exigências do Sped, com eSocial. E a maneira de fazer frente a isso vai
na mesma linha apontada por seus colegas: "Educação continuada, constante
processo de atualização e habilidade para o diálogo. O estereótipo que
identificava os profissionais contábeis como metódicos e apenas focados em
números não tem mais espaço".
Geuma
propõe lançar um olhar "holístico" à contabilidade. "Minha
avaliação é que vivenciamos um momento profundamente preocupante, em todos os
sentidos. O Brasil é pouco contabilizado, é pouco auditado, logo não há
robustos controles internos nas empresas privadas ou públicas. Ocupamos
posições preocupantes em pesquisas sobre fraudes nas empresas, sobre o grau de
corrupção."
Ela
cita a pesquisa de 2013 da ONG Transparência Internacional, que analisou a
percepção da corrupção em 177 países e apontou o Brasil na 72ª posição.
"No Brasil, temos Lei Anticorrupção, Lei de Responsabilidade Fiscal. Mas
como, quando e sobre quem essas leis são aplicadas? O momento requer força e
pragmatismo inteligente para coibir tudo isso dentro das empresas públicas e
privadas", sentencia.
E
Auler resume: "A sociedade de uma maneira geral está menos tolerante para
desvios de conduta por parte dos empresários. A reputação de uma empresa é
patrimônio imensurável. Um bom produto e a transparência nas relações garantem
o seu valor. Uma fama idônea possibilita a manutenção e a abertura de
negócios no Brasil e no exterior".
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