Mudanças profissionais e alterações na
área tributária estão previstas para o ano que vem, o que exige atenção
redobrada por parte de contadores. Importantes mudanças devem atingir as
Ciências Contábeis em 2016. Dentre elas, o investimento em Tecnologia da
Informação pelas entidades representativas, a entrada em vigor de novos projetos
do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) e alterações no sistema
tributário, tanto a nível federal quanto estadual. Especialistas apontam que o
cenário de recessão econômica e busca desenfreada por aumento na arrecadação
devem dar a tônica do ano que vem. Porém, os profissionais contábeis devem
saber conviver com o momento conturbado e ampliar seu papel na gestão de crises
e otimização de resultados.
O
presidente do Conselho Regional de Contabilidade (CRCRS), Antônio Palácios,
acredita que o segmento tem conseguido transformar as cobranças em valorização.
"A crise nasceu de uma falta de transparência, controle e prestação de
contas. Agora é o momento de quem sabe contornar essas questões ganhar
visibilidade", diz Palácios.
Já o
presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de
Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas do Estado do Rio Grande do
Sul (Sescon/RS), Diogo Chamun, afirma que para os empresários contábeis todos
os prognósticos remetem a um ano difícil, o que fica evidenciado pelo
perspectiva de aumento de impostos, da taxa de desemprego e da inflação.
"Não é o momento de grandes investimentos. Porém, entendo que as empresas
devem utilizar esse cenário ruim para se organizar e ficarem preparadas para as
oportunidades que surgem mesmo em períodos de crise", ressalta o
empresário contábil. Para Chamun, a palavra de ordem em 2016 é planejamento,
"uma ferramenta fundamental e pouco utilizadas nas empresas,
principalmente nas pequenas". O Sescon/RS pretende manter ou ampliar os
projetos de capacitação e acompanhamento da gestão pública.
O
Conselho Federal de Contabilidade (CFC) está trabalhando na modernização dos
sistemas de suas atividades-fim. Registro, fiscalização e educação profissional
continuada passarão a contar com um sistema integrado entre CFC e todos os
Conselhos Regionais de Contabilidade (CRCs). O objetivo é qualificar e dar
celeridade aos processos, além de contemplar os avanços ocorridos nos últimos
anos nessas áreas.
Não
existe integração entre o CFC e os CRCs, e muitos processos que começam nos
CRCs precisam ser validados pelo Conselho Federal, o que, hoje, demanda muito
tempo. "A contabilidade brasileira está passando por profundas mudanças, e
assim como os profissionais precisam estar preparados para atender às novas
exigências, o conselho também está se preparando", observa o presidente do
CFC, José Martonio Alves Coelho.
Em abril
de 2016, entra no ar o sistema de fiscalização; em outubro, o de registro
profissional; e, em dezembro, o de educação profissional continuada. A
fiscalização ganhará agilidade com o novo sistema, mas principalmente
eficiência. O gerenciamento de todos os processos abertos será feito
on-line. Cada conselho regional continua sendo responsável pela
fiscalização in loco. O presidente do CRCRS, Antônio Palácios, comemora a
resolução. "Isso diminui custos e o assédio decorrente da necessidade da
presença do fiscal no escritório", explica Palácios, ressaltando que em
casos de denúncia a ida do fiscal ao ambiente de trabalho está mantida.
De acordo
com informações do CFC, o profissional receberá um e-mail solicitando os
documentos necessários para a fiscalização e, após, terá 10 dias para responder
aos questionamentos e encaminhar os documentos, eletronicamente. O
julgamento dos processos também será eletrônico. O objetivo é simplificar a
vida do profissional, que não terá mais de parar suas atividades para receber o
fiscal e poderá fazer o upload dos documentos no sistema na hora que for mais
conveniente para ele, dentro do prazo de 10 dias.
De acordo
com o vice-presidente de Fiscalização, Ética e Disciplina do CFC, Luiz Fernando
Nóbrega, não haverá mudanças no conteúdo da fiscalização nem na abrangência.
"O conteúdo da fiscalização será o mesmo, mudaremos apenas a forma como
será feita, ocupando menos tempo do profissional e do
fiscal." Atualmente, existem 215 fiscais que fazem cerca de 240
diligências por ano. "Nosso interesse é qualificar a análise feitahoje. A
fiscalização é fundamental para a proteção da sociedade. É a garantia de que os
serviços contábeis que estão sendo prestados são feitos por profissionais
capacitados para isso", reforça Nóbrega.
Ambiente digital agilizará fiscalização dos conselhos
Em abril
de 2016, entra no ar o sistema de fiscalização; em outubro, o de registro
profissional; e, em dezembro, o de educação profissional continuada. A
fiscalização ganhará agilidade com o novo sistema, mas principalmente
eficiência. O gerenciamento de todos os processos abertos será feito
on-line. Cada conselho regional continua sendo responsável pela
fiscalização in loco. O presidente do CRCRS, Antônio Palácios, comemora a
resolução. “Isso diminui custos e o assédio decorrente da necessidade da
presença do fiscal no escritório”, explica Palácios, ressaltando que em casos
de denúncia a ida do fiscal ao ambiente de trabalho está mantida.
De acordo
com informações do CFC, o profissional receberá um e-mail solicitando os
documentos necessários para a fiscalização e, após, terá 10 dias para responder
aos questionamentos e encaminhar os documentos, eletronicamente. O
julgamento dos processos também será eletrônico. O objetivo é simplificar a
vida do profissional, que não terá mais de parar suas atividades para receber o
fiscal e poderá fazer o upload dos documentos no sistema na hora que for mais
conveniente para ele, dentro do prazo de dez dias.
De acordo
com o vice-presidente de Fiscalização, Ética e Disciplina do CFC, Luiz Fernando
Nóbrega, não haverá mudanças no conteúdo da fiscalização nem na abrangência. “O
conteúdo da fiscalização será o mesmo, mudaremos apenas a forma como será
feita, ocupando menos tempo do profissional e do fiscal.” Atualmente,
existem 215 fiscais que fazem cerca de 240 diligências por ano. “Nosso
interesse é qualificar a análise feita hoje. A fiscalização é fundamental para
a proteção da sociedade. É a garantia de que os serviços contábeis que estão
sendo prestados são feitos por profissionais capacitados para isso”, reforça
Nóbrega.
Agilidade no registro obrigatório e cadastramento de peritos contábeis ampliam valorização
A
principal mudança na área de registro para o próximo ano é a unificação do
sistema nas 27 unidades da Federação e, em âmbito estadual, a extensão do
modelo de cadastramento de auditores aos peritos contábeis. Com as
mudanças em registro profissional, ao ser aprovado no Exame de Suficiência, o
profissional poderá encaminhar, pela internet, os documentos necessários para
completar o processo de registro. Todos os Conselhos Regionais de Contabilidade
(CRCs) e o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) contarão com o mesmo sistema
de registro profissional, o que trará mais rapidez nas demandas dos
profissionais e maior facilidade na comunicação entre as entidades.
O cadastramento
obrigatório dos peritos contábeis é resultado da Lei nº 13.105, de 16 de março
de 2015. O novo Código de Processo Civil afetará diretamente a prova pericial e
impulsiona, dentre outros pontos, a criação de um cadastro de peritos,
elaborado pelas entidades representativas e tribunais. Conforme o parágrafo 1º,
artigo 156, os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente
habilitados e os órgãos técnicos ou científicos devidamente inscritos no
cadastro mantido pelo tribunal ao qual o juiz está vinculado.
O
presidente do CRCRS Antônio Palácios lembra que a ideia é que, em 2017, os
peritos também passem a ter de comprovar investimentos em educação continuada,
obrigatória atualmente aos auditores. "Ao mesmo tempo que aumentam nossas
responsabilidades, essas medidas são importantes, pois, se buscamos
valorização, precisamos mostrar que o serviço prestado à sociedade é de
qualidade", destaca Palácios.
Esforço de arrecadação trará mais mudanças nos impostos
Ampliação
do eSocial, entrada em vigor do Bloco K do Sistema Público de Escrituração
Digital (Sped), aumento do Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD)
em âmbito estadual, tentativa de retomada da CPMF. Esses são apenas alguns dos
assuntos tributários que devem permear as discussões de contadores, advogados
tributários, empresários e contribuintes, conforme os especialistas. O
pano de fundo das principais alterações a ocorrerem em 2016 é a tão afamada
necessidade de arrecadação, tanto no Estado quanto no País. Contudo, para o advogado
Fabio Brun Goldschmidt, sócio-diretor do escritório Andrade Maia, as mudanças
tributárias propostas pelo governo do Rio Grande do Sul são absolutamente
insuficientes para cobrir o déficit e estão estimadas em 30% do montante
necessário para tanto.
"Mais
do que isso, o agravamento da tributação tende a corroer a base da arrecadação
e reduzir ainda mais o potencial produtivo gaúcho, cada vez mais visto como um
Estado que afugenta o investimento", complementa.
Toda a
instabilidade e complexidade tributária acabam por aumentar a carga de
obrigações sob responsabilidade dos contadores. "Mas essa revolução
tecnológica também traz aspectos positivos, já que reduz drasticamente o
serviço manual e propicia ao profissional aprofundar-se no negócio do cliente e,
por consequência, participar da gestão", enfatiza o presidente do
Sescon/RS, Diogo Chamun.
Fonte:
Jornal do Comércio
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