Há
algumas semanas, o Banco Central anunciou uma nova expectativa para a inflação.
Segundo os analistas de mercado, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA) deste ano passou de 7,20% para 7,31% - ainda acima do teto de 6,5%
do sistema de metas e longe do objetivo central de 4,5% fixado para 2016.
A
alta da inflação, portanto, deve continuar preocupando os empreendedores. O
medo de não conseguir manter os preços competitivos depois dos reajustes é uma
das principais inseguranças.
Desde
produtos populares até artigos de luxo, todos são impactados pelo aumento da
inflação. Para não deixá-la atrapalhar o seu negócio, Paulo Wyss, professor de
finanças da Business School São Paulo, indica que é preciso planejar. “A
alteração de preços deve ser muito bem planejada de modo que a empresa não
perca espaço de mercado”.
O
planejamento é essencial para saber até quando é hora de reduzir as margens.
"Em algumas situações, não resta outra alternativa senão a redução das
margens de lucratividade dos produtos e serviços.", diz Marcelo Nakagawa,
professor de empreendedorismo do Insper.
Conheça
as abordagens que devem ser aplicadas para qualquer negócio manter os preços
competitivos:
1. Foque no valor e não no
preço
Em
muitas situações, o valor entregue é mais importante que o preço. Para o
professor de empreendedorismo do Insper, você pode manter o cliente se ele
enxergar valor nos seus produtos. “Os eletrônicos da Apple e os artigos
vendidos por determinadas grifes são ótimos exemplos de empresas que não são
tão abaladas pela questão da inflação já que eles vendem algo além do
preço", diz Nakagawa.
2. Monitore a concorrência
Muitos
empreendedores acreditam só o preço atual pode ajudar a manter os clientes. “Em
várias situações, os concorrentes também aumentam o preço. Dessa forma, mesmo
que faça um pequeno acréscimo, o empreendedor ainda mantém seu preço
competitivo”, diz Nakagawa.
3. Conheça a formação de
preços
A
inflação de mais de 7% não significa que o empreendedor deve ajustar seus
produtos no mesmo percentual. Para Wyss, é importante conhecer a formação de
preços do item para ajustar melhor o valor. Por exemplo, se a matéria-prima não
teve reajuste, mas a energia elétrica subiu 5%, o empresário deve calcular qual
o peso da energia no seu preço final para ajustar corretamente o valor, sem
assustar os clientes. "Quando o empreendedor conhece cada parte da cadeia
produtiva, desde a mão de obra, a matéria-prima até o gasto de energia, ele
consegue repassar para o preço final apenas um pedaço de um desses itens”, diz
Wyss.
4. Invista nas versões
mais econômicas dos produtos
Criar
versões mais econômicas dos seus produtos pode ser uma alternativa para driblar
o aumento da inflação. Muitos negócios caem na tentação de reduzir o tamanho ou
a qualidade do produto e manter o preço. Ao invés de enganar o consumidor, o
ideal é criar uma nova versão mais econômica do mesmo item.
5. Reduza a necessidade de
capital de giro
Em
períodos de inflação mais alta, o custo de financiar o capital de giro também
sobe quando ele está investido em ações que não aumentam a competitividade do
negócio. “É importante receber no menor prazo médio possível, postergar ao
máximo o pagamento das saídas de caixa sem que isto implique em ajustes de preço,
e reduzir ao mínimo possível os estoques”, diz Nakagawa.
Fonte:
Revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios
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