O
ambiente do eSocial será aberto para testes em julho, permitindo que as
empresas se preparem melhor antes da entrada definitiva do novo sistema de
transmissão de informações trabalhistas, previdenciárias e fiscais.
Para
os negócios que faturam acima de R$ 78 milhões por ano, o eSocial entrará em vigor
em janeiro de 2018. Já para o restante das empresas, a data está marcada para o
mês de julho do mesmo ano.
A
expectativa de especialistas consultados pelo DCI é de que este calendário seja
mantido pelo governo federal. "Diferentemente das outras obrigações
acessórias, o eSocial está criando uma estrutura diferente que é a
implementação do ambiente de teste", diz Helio Donin Júnior, diretor de
educação e cultura da Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e
das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas (Fenacon).
"É
uma oportunidade única para as empresas testarem as suas estruturas internas de
TI [Tecnologia da Informação], verificarem se a parte de softwares está
funcionando adequadamente, verificar suas bases de dados e reportar possíveis
erros", completa o diretor da Fenacon.
Os
dados que serão informados no ambiente de teste não terão validade legal, ou
seja, não serão objeto de questionamento por parte Receita Federal do Brasil
(RFB). Além disso, esses dados serão apagados periodicamente. As empresas que
entrarem no eSocial somente em julho de 2018, poderão continuar testando o
sistema até junho do próximo ano.
Donin
conta que, depois de cerca de 15 dias do início do teste do eSocial, o governo
federal deve colocar também em ambiente de teste o envio da Escrituração Fiscal
Digital das Retenções e Informações da Contribuição Previdenciária Substituída
(EFD-Reinf).
Este
documento, complementar ao eSocial, substituirá obrigações acessórias como a
Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte (Dirf), a Relação Anual de
Informações Sociais (RAIS) e o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
(CAGED).
Para
Donin, o calendário do eSocial, desta vez, não deve ser prorrogado. Ele
comenta, inclusive, que as empresas passaram a acelerar o processo de
implementação do sistema em janeiro deste ano, após avaliarem que o cronograma
dificilmente terá modificações.
Aprimoramento
Assim
como Donin, o presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis
(Sescon-SP), Márcio Massao Shimomoto, avalia que a agenda do eSocial deve ser
mantida. Ele afirma que os grupos de trabalho impulsionados pelo governo junto
a especialistas da área têm aprimorado o sistema de declaração.
"No
entanto, veremos, no período de teste em julho, qual é o grau de maturidade do
eSocial", pontua. "Será um momento para as empresas testarem os seus
softwares e também para verificarmos a capacidade do eSocial de recepcionar as
diferentes variáveis do mercado de trabalho. Sabemos que a nossa legislação trabalhista
é extremamente complexa, com regras de diversas convenções coletivas, por
exemplo. Portanto, veremos nos próximos dias se o eSocial está apto a lidar com
essa complexidade", acrescenta o presidente da Sescon.
Uma
das preocupações de Shimomoto é com o cronograma das pequenas empresas que
serão contempladas ao sistema a partir de julho de 2018. Para ele, iniciar um
processo contábil no meio do ano pode acabar provocando eventualmente
"alguma confusão".
Ele
explica, por exemplo, que o Ministério do Trabalho utiliza as informações da
RAIS para poder calcular o pagamento do Programa de Integração Social (PIS).
"O Ministério do Trabalho calcula o PIS a partir dos dados informados em
um ano. Isso significa que as pequenas empresas terão que informar a RAIS
metade manualmente, metade automatizado. Isso pode dar alguma confusão",
destaca.
O
presidente da Sescon-SP reforça que as informações do eSocial declaradas a
partir de janeiro de 2018 "serão totalmente" eletrônicas, ou seja, os
dados serão transmitidos do software da empresa para o software do governo
federal.
Donin
comenta ainda que, por conta das sucessivas prorrogações do eSocial, existia um
certo descrédito, por parte das empresas, de que o sistema entraria em vigor.
"Acredito que a liberação do ambiente de teste sinaliza para as empresas
que, realmente, o eSocial será implementado", afirma o diretor da Fenacon.
"Quem
ainda não se movimentou precisa correr e tem, no mínimo, seis meses para poder
testar e estruturar a nova declaração. Pode ser que este seja um gasto
adicional, mas é preciso vê-lo como investimento que irá reduzir custos no
médio e no longo prazo.
Fonte:
DCI – SP
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