O
eSocial continua tirando o sono de muitos empresários. No mês passado, o
governo adiou, pela quinta vez, a entrada em vigor do sistema, desta vez, para
2015. O eSocial é um sistema que unifica em um ambiente on-line todas as
informações previdenciárias, fiscais e trabalhistas que as empresas precisam
apresentar ao governo. O argumento do governo é de que a medida visa
"facilitar" a vida do empresário, já que ele irá concentrar
informações trabalhistas relevantes de cada funcionário num único local.
A
ideia é boa, no entanto, ela é encarada com desconfiança pelos empresários que
avaliam que, no fundo, esse é mais um sistema para fiscalizar as empresas,
visando elevar a cobrança de taxas e impostos. Com esse sistema a empresa que
tem funcionário no sistema de contratação pessoa jurídica (PJ), ao invés de
CLT, poderá sofrer sanções futuras, já que ficará mais fácil para cruzar as
informações. Muitas empresas passaram a contratar funcionário como PJ para
evitarem a alta carga tributária e, em contrapartida, poderem, em alguns casos,
oferecer melhor remuneração aos seus funcionários, já que como CLT, muitas
vezes, isso não é possível.
No
entanto, esse sistema pode se tornar uma faca de dois gumes para o empresário.
Isso porque, o dinheiro economizado com impostos durante o período em que o
funcionário está PJ pode não ser suficiente para pagar uma indenização
trabalhista no futuro, já que este tipo de contratação tem característica de
CLT. Os empresários precisarão se adequar ao eSocial, portanto, é melhor que
revejam atuais conceitos. A princípio, se nada mudar o sistema só deve entrar
no ar em meados de 2015 e para grandes empresas. No futuro, o eSocial será
obrigatório para todas as empresas do País, inclusive microempreendedores
individuais. Para ajudar no processo de adaptação, o governo deve lançar um
manual de procedimentos para a inclusão dos dados no segundo semestre deste
ano.
O
eSocial concentrará informações que são repassadas para as empresas para o
Ministério do Trabalho, a Receita Federal, a Previdência Social e o Conselho
Curador do FGTS. Como estará tudo concentrado no sistema, será mais fácil os
órgãos cruzarem informações. Para se ter uma ideia, a Receita Federal estima
uma incremento na arrecadação de R$ 20 bilhões a mais por ano com o novo
sistema.
Fonte:
DCI – SP
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