A
partir de janeiro de 2015, os contribuintes do ICMS deverão prestar informações
relacionadas ao controle da produção e dos estoques no SPED Fiscal. Tal
obrigação acessória, chamada de Bloco K, compreende informações relacionadas ao
consumo específico padronizado, às perdas normais do processo produtivo e a
substituição de insumos para todos os produtos fabricados pelo próprio
estabelecimento ou por terceiros. A obrigação é válida para todos os
contribuintes do ICMS, com exceção das empresas enquadradas no Simples
Nacional.
“O
Bloco K, aliado às demais informações já prestadas pelo contribuinte por meio
de outras obrigações acessórias que também fazem parte do SPED, será uma
ferramenta muito importante para fiscalização. Ela conseguirá fechar o ciclo
completo de operações da empresa, abrangendo toda a movimentação do estoque
desde a aquisição da matéria-prima até a elaboração do produto final”, explica
Fábio da Silva Oliveira, Supervisor da De Biasi Auditores Independentes.
A
abertura para o Fisco do processo produtivo das indústrias acrescenta mais um
bloco de informações às obrigações fiscais digitais. Com a inclusão do Bloco K
no SPED Fiscal, a Receita terá acesso aos detalhes do processo produtivo e à
movimentação completa de cada item no estoque, possibilitando o cruzamento
quantitativo dos saldos apurados eletronicamente com os informados pelas
empresas em seus inventários. Deverão ser detalhadas as fichas técnicas dos
produtos, as perdas ocorridas no processo produtivo, as ordens de produção, os
insumos consumidos e a quantidade produzida, dentre outras informações.
Para
a Receita Federal, o objetivo desse controle é acabar de vez com a emissão de
notas fiscais com informações incorretas, como as subfaturadas ou espelhadas e
as meia-notas, entre outras, assim como a manipulação dos estoques. “Eventuais
diferenças apuradas com base na movimentação dos estoques informada no Bloco K
poderão caracterizar sonegação fiscal. Então é importante estar atento às
exigências, bem como aos seus impactos nos processos operacionais, nos
controles internos e procedimentos fiscais da empresa. Não basta apenas uma boa
solução de tecnologia, em alguns casos será necessário rever a cultura da
empresa em relação a alguns aspectos”, esclarece Fábio.
Há
estudos em andamento no Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária) - que
reúne representantes da Receita Federal e das secretarias das Fazendas dos
Estados e do DF - que pretendem adiar parcialmente a entrada em vigor do Bloco
K do SPED. O grupo deve definir que o escalonamento da obrigatoriedade da
escrituração seja feito em duas fases, de acordo com a conveniência de cada
estado. Se for aprovado, parte dos estabelecimentos continua obrigada a
informá-lo em janeiro de 2015, o restante somente terá que fazê-lo em 2016.
“Independentemente
da data definida, as adequações que devem ser feitas para garantir a entrega
dessa obrigação acessória não podem ser deixadas para a última hora. Como ela
envolve áreas importantes da empresa será necessário um trabalho conjunto entre
profissionais de contabilidade, tecnologia da informação, estoques, custos,
entre outros. Trabalhando com uma equipe multidisciplinar a empresa ameniza os
riscos de falhas e inconsistências nas informações prestadas”, recomenda o
especialista da De Biasi Auditores Independentes.
Fonte:
Maxpressnet
Nenhum comentário:
Postar um comentário