Assumir
as ‘rédeas’ dos negócios da família nem sempre é uma questão fácil. O momento é
marcado não apenas pelos aspectos legais, mas também pelos emocionais –
difíceis de serem conciliados no primeiro momento. A sucessão familiar, hora em
que o contador experiente transfere seu legado a outra pessoa (um parente ou
outro profissional de confiança), é um processo longo que leva, em média, de
cinco a sete anos para ser finalizado.
Além
disso, a geração de novos contadores vem sendo marcada por jovens
empreendedores que saem da graduação desejando construir sólidas carreiras em
grandes empresas de auditoria ou multinacionais que possibilitam uma maior
expansão das oportunidades do mercado – e suceder os negócios da família acaba
ficando em segundo e até mesmo em último plano.
Segundo
dados do IBGE, 90% das empresas no Brasil são familiares e apenas 11% destas
contam com um plano robusto e documentado de sucessão (PwC). O fato se torna
ainda mais preocupante quando a sucessão familiar é feita sem um devido
planejamento e preparo. Segundo dados do Sebraesp, de cada 100 empresas
familiares abertas e bem-sucedidas, 30 chegam à segunda geração e 15 à
terceira.
Vejamos
algumas práticas que podem ser previamente seguidas para preparar o sucessor e,
com isso, transferir a gestão do escritório para a próxima geração sem
prejuízos ao negócio. Acompanhe!
Planejamento sucessório
Acredite:
o planejamento é o primeiro passo para que o processo de sucessão ocorra e, o
mais importante, que esta transferência seja pautada em uma relação de
confiança. Em escritórios de contabilidade, a complexidade da sucessão familiar
é ainda maior, pois, além da figura de sucessor e sucedido, o cliente também
passa a ser fator de grande relevância – já que se a relação das próximas
gerações não for construída junto aos clientes, anos de trabalho podem ir por
‘água abaixo’.
Além
disso, durante o processo de planejamento, é preciso pensar não apenas em um
sucessor. Caso não haja interessados na família, faz parte do planejamento
buscar alternativas, como outros profissionais que se identifiquem com o
negócio e que estejam dispostos a prolongar as atividades que são desempenhadas
junto aos clientes.
Conhecimento técnico e
gerencial
Conhecimento
técnico e de gestão lidera os quesitos a serem avaliados. Segurança nos
procedimentos internos, condições de estabelecer e organizar a rotina, apoiar e
liderar a equipe em todas as etapas e ser capaz de demonstrar para seus colaboradores
e clientes a importância de ter um contador por perto são essenciais para
compor o perfil desejado de um excelente sucessor.
Além
disso, muito além de continuar com os negócios da família, é preciso querer
ampliar a carteira de clientes e estar preparado para os novos desafios do
mercado, com aperfeiçoamento constante para dar conta dos ‘problemas’ que
surgem no dia a dia e se manter competitivo.
Trabalho em equipe
Desenvolver
um bom trabalho na contabilidade exige uma construção gradual de confiança
entre os serviços prestados, o cliente e sua equipe de trabalho – e talvez
você, sucedido, saiba mais do que ninguém que este é o tipo de relação que não
se constrói do dia para a noite. Portanto, seu sucessor deve, além das
competências técnicas e gerenciais, construir uma relação interpessoal com seus
funcionários – confiança e parceria são importantes requisitos para desenvolver
um bom trabalho de contabilidade e ter sucesso na continuidade do legado.
Conhecer a visão de futuro
do sucessor
Para
diminuir as frustrações ou mesmo as divergências entre sucessor e sucedido é
essencial entender como ele vê o escritório no futuro e como ele pretende se
preparar para os novos desafios. Sabe-se que o mercado está cada vez mais
competitivo e trazer o uso de novas tecnologias para dentro da rotina contábil
pode ajudar a aumentar a produtividade e a carteira de clientes, mas assim como
todo novo empreendedor, é preciso ‘pé’ no chão para conquistar espaço com
segurança e responsabilidade. Passar orientações de alguém experiente e estar
presente no dia a dia para acompanhar o progresso do sucessor é essencial.
Fonte:
Blog Sage
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