Em
momentos de crise, muitas vezes é necessário desembarcar alguns colaboradores.
Ninguém gosta disso e todos concordam que pior do que demitir é ser demitido ou
ir a falência. Todos concordam também que simplesmente empurrar o colaborador
para fora do barco é desumano. A maioria nesta hora é invadida por uma
multiplicidade de emoções: ansiedade, medo e simpatia. Com isso, esquecem que o
clima dos colaboradores que ficam na empresa afeta a produção. Outros ainda
pensam: "já que vai doer"... e saem-se com um brutal: "A empresa
está em dificuldades, vou ter que demitir você, pode ir" e torcem para que
o sujeito chore só quando chegar em casa.
Também
é unânime a opinião de que demitir é uma das tarefas mais ingratas da gestão.
Tem alto risco, pois não tem reconhecimento quando bem-feita, mas pode
prejudicar o gestor se não for executada da maneira adequada. Além disso, se
malfeita, a empresa pode sofrer processo na justiça ou ter dificuldade ao
contratar, pois sua reputação ficará prejudicada. Logo, é importante que a
forma com que o gestor demite reflita os valores declarados da empresa para não
provocar descrédito da parte dos colaboradores na administração.
Então,
como realizar a demissão com o mínimo estresse para quem demite, para quem
desembarca e para quem fica? Andy Molinsky, professor de comportamento
organizacional na Escola de Negócios da Brandeis University, recomenda que
empresas invistam em treinamento para ter um processo padronizado e reduzir o
impacto das emoções. Caso a empresa não ofereça treinamento, o que fazer para
conseguir o "ser simpático", mas não deixar de entregar a mensagem?
Primeiro
use sua capacidade de empatia, coloque-se no lugar de quem está sendo
desembarcado. Se fosse você no lugar dele como gostaria de ser tratado? Ensaie
a conversa, imagine os tipos de reação que aquela pessoa provavelmente terá e
faça um ensaio com alguém de sua confiança. Caso não possa fazer isto com
ninguém da empresa, chame o RH. E se não tem RH, é boa hora para pensar em
começar a ter. Faça ainda um ensaio mental, colocando-se no lugar de quem vai
ser desembarcado. O que você vai fazer se ele chorar? E se disser que está com
a esposa doente? E se ficar zangado?
De
preferência faça a comunicação junto com outra pessoa, um Business Partner ou o
RH ou mesmo o seu próprio chefe, combinando o que cada um vai dizer antes do
evento. Comunique o desligamento em um ambiente físico reservado, mas não dê
uma de "durão". Seja humano e ofereça o apoio que pode se comprometer
a dar e depois cumpra o combinado. Informe ainda como a empresa, através de um
programa de outplacement, na criação do currículo ou você mesmo podem ajudar.
Não
diga o que está sentindo ou como a decisão foi difícil para você. Ele está
sendo demitido e a situação dele é bem pior que a sua. Portanto, está se lixando
para sua dor.
Fonte:
DCI – SP
Nenhum comentário:
Postar um comentário