Uma
pesquisa realizada com usuários do site de buscas por oportunidades de emprego
Vagas.com indica que a maioria está satisfeita com a jornada diária de 8 horas
e discorda de uma mudança na regra – seja para mais ou para menos.
Para
52,2% dos usuários do site, o ideal é trabalhar 8 horas por dia. Apenas 9,1%
gostariam de uma jornada maior, e 35%, de uma carga entre 6 horas e 7 horas
diárias.
Esse
cenário, porém, não reflete o que acontece de fato na vida profissional. Menos
da metade (43%) dos participantes disse trabalhar 8 horas por dia, enquanto
36,3% afirmaram ter uma jornada mais longa do que essa.
Recentemente,
o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, sugeriu flexibilizar a jornada
diária, a exemplo do que acontece com trabalhadores da saúde, que chegam a ter
uma jornada diária de 12 horas em alguns dias da semana, sem exceder a carga
total máxima de 48 horas semanais (as 44 horas normais mais 4 horas extras).
Embora
o governo tenha adiado a reforma trabalhista para o final de 2017, um dos eixos
já divulgados da proposta é dar maior peso aos acordos negociados entre
trabalhadores e empresas, como aqueles que versam sobre a carga horária.
Hoje,
muitas dessas negociações são invalidadas na Justiça por estabelecerem jornadas
diferentes de 8 horas, afirmam defensores da reforma. Segundo eles, seria de
interesse dos próprios trabalhadores ter maior flexibilidade para definir sua
jornada.
"A
questão é pensar em demanda de trabalho, e não em carga horária. Observamos que
muitas empresas, especialmente de tecnologia, dão maior flexibilidade para os
funcionários definirem suas horas com base na demanda de trabalho que
recebem", diz Rafael Urbano, da área de inteligência de negócios do
Vagas.com.
O
levantamento foi feito de 28 de setembro a 5 de outubro com 1.659 usuários do
site que estão empregados atualmente.
MOTIVAÇÃO
A
maioria dos entrevistados está desmotivada com sua vida profissional, tendência
ligeiramente maior entre mulheres. Segundo a pesquisa, 39% dos respondentes
estavam insatisfeitos, 36% satisfeitos e 25% indiferentes.
Entre
mulheres, 41% se declararam extremamente desmotivadas ou desmotivadas. Já os
homens se concentram no outro extremo: 40% se disseram motivados ou
extremamente motivados.
Para
Urbano, uma das razões que explica essa diferença é a dupla jornada das
mulheres, que além de trabalharem em empregos formais também desempenham a
maior parte das tarefas domésticas.
Outros
motivos são a desigualdade de salários – em média, homens ainda ganham mais que
mulheres – e o acesso mais difícil a promoções, que costumam acontecer mais
rápido para eles, afirma Urbano.
Fonte:
Folha de Pernambuco
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