Uma
pesquisa realizada pela “Ernst & Young”, uma das maiores empresas mundiais
em auditoria e consultoria, apontou algumas profissões que deixarão de existir
em 2025 e, dentre elas, está a profissão de contador. Será verdade? Estamos com
os dias contados?
Naturalmente,
existe e ainda existirá muito mais espaço para o profissional da área contábil.
O fato é que o mercado não aceitará mais aquele profissional que apenas prepara
obrigações fiscais, apura impostos e escritura livros. Segundo a mesma
pesquisa, o mercado, nos próximos anos, apostará em profissionais que possuam
facilidade de se relacionar com várias culturas e perfis diferentes ao mesmo
tempo.
A
mudança de perfil do profissional contábil vem avançando muito rápido,
acompanhando a crescente evolução da tecnologia. Mas, há muita história entre
essa transição do “guarda-livros”, como era conhecido o profissional da área
antigamente, para o “profissional do futuro” como vários autores vêm se
referindo à profissão atualmente.
No
século XIX, como se pode perceber em anúncios de jornais datados de 1850, como
o Jornal do Commercio do Rio de Janeiro, um bom “guarda-livros” necessitava,
primordialmente, falar bem e escrever bem tanto em português como em francês,
que era a língua universal da época.
A
evolução do século XX aproveitou o embalo da revolução industrial, passando
pela popularização da informática, e deu-se de forma arrebatadora. Nos anos 50
e 60, os ainda denominados “guarda-livros” confeccionavam os livros contábeis e
suas cópias a mão, um a um. A partir dos anos 70, surgiram as fichas tríplices,
sistema que possibilitava a escrituração simultânea dos registros nos livros
Diário e Razão e também o sistema de cópias em gelatina, diminuindo muito o
“retrabalho” da cópia feita a mão. Já nos anos 80, surgiram os
microcomputadores e nos anos 90 os softwares contábeis tiveram sua maior
evolução. Atualmente, é impossível pensar em um profissional contábil sem um
bom software para gerenciamento das informações e geração dos livros contábeis
e fiscais.
Quanto
à evolução do pensamento contábil, houve um grande marco entre os anos 90 e os
anos 2000: O foco, que era voltado aos órgãos públicos e ao cumprimento de
obrigações, começou a evoluir e voltar-se para o cliente. Em pesquisa realizada
pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) em 1996, foi constatado que apenas
1,98% dos contadores estavam interessados de forma direta em contribuir para o
crescimento dos clientes. Esse dado alertou alguns pensadores da contabilidade,
como o Professor José Carlos Marion, que em 1998 provocou a reflexão dos
profissionais contábeis com alguns questionamentos, como:
A
prestação de serviço contábil tem sido voltada ao cliente?
Na
hierarquia dos usuários, o prestador de serviço contábil tem a absoluta certeza
de que o governo, o fisco e as instituições financeiras não podem influenciar
na qualidade das demonstrações contábeis que servirão de base para o cliente?
Em
função dos padrões modernos e das exigências do principal usuário da
Contabilidade, o prestador de serviço contábil está disposto a passar por uma
mudança fundamental de crenças e valores em sua cultura?
A
Universidade tem pesquisado o perfil ideal de profissionais a serem formados
considerando a demanda, os anseios do principal cliente da Contabilidade?
Essa
mesma Universidade tem reavaliado o currículo e/ou curso em relação ao feedback
obtido junto dos egressos (ex-alunos) e aos usuários dos serviços contábeis
desses egressos?
Esses
questionamentos foram extremamente importantes para a evolução do pensamento contábil
e a reflexão acerca deles continua sendo de grande valia para o profissional
contábil que está no mercado de trabalho hoje em dia.
Mas,
afinal, como está o mercado de trabalho atualmente? O que se espera de um
profissional contábil?
O
novo profissional contábil precisa ter um perfil proativo, multidisciplinar,
com foco em consultoria e gosto por desafios e resolução de conflitos. Em uma
era digital, de rápido e fácil acesso à informação, para que se obtenha sucesso
na profissão não basta possuir conhecimento: o profissional contábil precisa
possuir uma boa capacidade de interpretação, análise e interligação dos dados
disponíveis.
Fonte:
Contábeis.com
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