Os
micro e pequenos empresários brasileiros gastam, em média, 135 dias por ano de
trabalho com tarefas administrativas. Isso significa que 6,5% de todo o tempo
dos funcionários dessas empresas são empregados nesses afazeres, quase quatro
vezes mais que no Canadá (1,7%) e acima de outros emergentes como África do Sul
(3,7%). A informação é de pesquisa feita com 11 nações pela consultoria Plum,
que ainda apontou o ônus da burocracia para os micro e pequenos empreendedores
brasileiros: a perda de produtividade alcança R$ 79,5 bilhões por ano.
A
média global de tempo gasto com tarefas burocráticas é de 120 dias, segundo o
levantamento, o que equivale a 5% do tempo da mão de obra dos pequenos negócios
nos 11 países selecionados. Foram ouvidas 300 empresas de pequeno porte em cada
uma das nações pesquisadas.
De
acordo com Jorge Santos Carneiro, presidente da Sage Brasil e América Latina —
empresa britânica que atua na área de sistemas de gestão empresarial e que
encomendou a pesquisa —, embora o número absoluto de dias de trabalho dedicados
a processos administrativos chame atenção, é a proporção do tempo gasto que
deve servir de parâmetro na comparação entre os países, dado que a participação
dos pequenos negócios em cada economia varia bastante.
No
Canadá, país que está mais bem colocado no ranking, apenas 1,7% do tempo dos
funcionários é gasto com essas tarefas. O bom resultado deve-se não apenas ao
fato de que há empresas significativamente menores lá do que em outras
economias, como também ao baixo índice de burocracia no país.
A
Espanha aparece na pior colocação, com 10,5% do tempo da força de trabalho das
micro e pequenas empresas ocupados com afazeres burocráticos. Um dos fatores
que pesam nesse resultado é o fato de que 43% das micro e pequenas empresas
espanholas não utilizam qualquer tipo de software para auxiliá-las nessas
tarefas.
No
Brasil, o principal serviço administrativo dos pequenos empreendedores é a
contabilidade (21%), seguida pela emissão de faturas (15%) e tarefas
operacionais, como recrutamento e recursos humanos (12%).
—
O excesso de atividades burocráticas, somado à complexidade da legislação
brasileira e à carga tributária são grandes entraves para o crescimento dos
negócios desse segmento no país, que é responsável por mais de 50% dos empregos
— avalia Carneiro.
Fonte:
Jornal Extra
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