Trabalhar
como contador autônomo em uma empresa ou ter seu próprio escritório de
contabilidade? Essa é mesmo uma dúvida comum entre os profissionais da área,
afinal, um contador pode ter grandes chances de êxito na carreira sem precisar
ser empregado em regime CLT.
Assim,
antes de definir qual dos caminhos é mais válido, é essencial conhecer melhor
essas alternativas de trabalho. E, com as informações deste texto, vai ficar
bem mais fácil entender essas opções para fazer uma boa escolha. Continue lendo
e confira!
Contador autônomo
Não
é incomum vermos contadores trabalhando no escritório de uma empresa como
autônomos, ou seja, com contrato, em vez de terem registro em carteira de
trabalho.
Geralmente,
esse tipo de profissional consegue realizar melhor as suas tarefas quando tem
autonomia, pois fica livre de subordinações e hierarquias. A opção é comum
entre aqueles que não querem ter vínculo empregatício, mas que ainda não podem
se tornar administradores de uma empresa própria.
Vantagens
Quando
atua de forma autônoma, como qualquer outro profissional, o contador não tem
vínculo empregatício com a empresa — ou com as diversas empresas — para a qual
presta serviço. Isso significa que ele não é subordinado, nem está sujeito a
dedicar um número exato de horas diárias às atividades que precisa fazer.
Assim,
o próprio contador tem liberdade para determinar os dias e horas nos quais vai
executar os serviços que a empresa contratou. Além disso, o trabalho não
precisa, necessariamente, ser alocado na empresa contratante: o profissional
também tem flexibilidade na escolha do local de onde vai trabalhar.
Outra
vantagem é poder contar com um substituto caso tenha algum contratempo, desde
que seja alguém igualmente capacitado para fazer a atividade enquanto ele
estiver impossibilitado.
Desvantagens
Por
não ter vínculo com a empresa, o seu contrato pode ser rompido a qualquer
momento, e o profissional pode ser dispensado mesmo antes de a atividade ser
finalizada. Assim, autônomos que trabalham para apenas uma empresa correm risco
de ficar sem renda garantida, caso isso aconteça.
Além
disso, a empresa não tem obrigação de dar benefícios, como vales, décimo
terceiro salário ou licenças a quem é autônomo. Inclusive, é para evitar mais
prejuízos que todas as condições de trabalho de um autônomo devem ser bem
formalizadas em um contrato.
Tributação
O
trabalhador autônomo não é obrigado a emitir nota, nem a ter um CNPJ para
receber os seus pagamentos.
Ele
pode receber por meio de RPA (recibo de pagamento para autônomo), e esse
pagamento sofrerá os devidos descontos (15% caso a renda mensal seja de R$
1.372,00 a R$ 2.743,00; se a renda for maior, serão descontados 27,5%, além da
contribuição para o INSS e ISS, se não conseguir se isentar deste último junto
ao município).
Caso
o serviço seja prestado a uma empresa, ela se encarrega desses descontos. Já se
for prestado a uma pessoa física, é o próprio profissional autônomo que deve
fazer as devidas contribuições tributárias.
MEI
Uma
opção de regime de trabalho autônomo na qual os contadores podem se enquadrar é
o MEI — Microempreendedor Individual. Mas vale ressaltar que essa opção só é
possível para quem lucra até R$ 60 mil por ano, ou seja, R$ 5 mil por mês. A
partir de 2018 esse limite será de até R$ 81 mil por ano.
A
taxa mensal para se manter como MEI inclui 5% do valor do salário-mínimo
vigente, somados a R$ 5,00 pela autorização de prestar serviços. Como essa
despesa com tributos é baixa, muitos profissionais preferem usar o MEI nos
primeiros anos como empreendedor.
A
possibilidade de emitir nota fiscal, dada pelo MEI, permite um registro formal
do serviço prestado, o que costuma ser bem visto pelas empresas contratantes,
garantindo mais trabalhos e clientes para o profissional autônomo.
Empreendedor com
escritório próprio
Já
quando um contador decide abrir seu próprio escritório, geralmente, é porque
ele percebeu que é capaz de ter uma carteira de clientes mais ampla, e precisa
de um local estruturado para atendê-los e realizar os serviços com precisão.
Com
um escritório próprio, o profissional deve se preocupar não somente em executar
bem o trabalho de contador, mas também com outras tarefas, como gerir a empresa
e os possíveis empregados e cuidar do marketing e divulgação dos seus serviços.
Vantagens
Uma
das grandes vantagens de abrir uma empresa ao constituir escritório próprio é
que o lucro do profissional pode ser muito maior, de forma legalizada. Além
disso, dependendo do sistema tributário ao qual a empresa se enquadre, as taxas
cobradas podem ser mais vantajosas do que as que são devidas por um
profissional autônomo.
Desvantagens
Apesar
de, para muitos, isso ser um sonho — ou até uma libertação —, ser o seu próprio
patrão implica que o profissional deve ser capaz de executar atividades que,
nem sempre, fazem parte da sua especialidade.
Gerir
a empresa significa desde montar a infraestrutura até realizar os pagamentos
necessários, bem como adquirir materiais dos mais básicos aos mais específicos.
Além disso, é preciso saber contratar funcionários, designar tarefas e
acompanhar o desempenho deles.
Prospectar
clientes, fazer propaganda dos serviços oferecidos, além de organizar o
cronograma de trabalho, também são tarefas com as quais o contador empreendedor
deve se preocupar.
Assim,
enquanto a empresa não tem respaldo suficiente para terceirizar esses serviços
ou para contar com uma equipe especializada em cada setor, “sobra” tudo para o
empreendedor.
Tipos de empresas e
regimes tributários
O
contador precisa se atentar às regras tributárias aplicáveis a cada tipo de
empresa, assim como ao porte que ela tem ou pode atingir, para conseguir
definir a melhor opção na hora de registrar o seu escritório.
Por
isso, vale a pena buscar informações sobre os seguintes tipos possíveis de
empresas no Brasil:
- Microempreendedor Individual (MEI);
- Empresário Individual;
- Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI);
- Sociedade Limitada (Ltda.);
- Sociedade Anônima (S.A.).
Além
disso, é preciso conhecer bem os regimes tributários aplicáveis no País para entender
a qual deles a empresa deve se submeter. Por isso, rever o funcionamento do
Simples Nacional, do Lucro Presumido e do Lucro Real é fundamental.
A
análise minuciosa dos pontos levantados neste texto será essencial para que o
contador entenda em que fase profissional está, e qual perfil, de autônomo ou
empreendedor, dá conta de suas demandas e lucros.
O
caminho mais natural é começar como autônomo, até se sentir, com a experiência
adquirida, seguro para abrir um escritório. Mas fica a cargo do próprio
profissional a decisão que realmente faça sentido — e, o mais importante, que
garanta a sua sustentabilidade no mercado.
Fonte:
Portal BLB
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