Saber
como estabelecer honorários contábeis é uma dúvida que passa pela cabeça de
muitos profissionais de contabilidade e também dos gestores de escritórios
contábeis. As relações entre tempo e valor de trabalho permitem inúmeras
interpretações distintas.
Quando
esses profissionais vão fixar seu preço, eles não devem pensar só na quantia de
que precisam para atender às demandas familiares e de seu orçamento doméstico.
Na verdade, há diversos fatores que influenciam na cobrança dos honorários
contábeis devidos, como a preparação do agente contábil, quanto tempo foi gasto
naquele serviço e a complexidade das operações, apenas para citar alguns
exemplos.
Dessa
forma, em quais coisas você precisa se basear para estabelecer seus honorários
contábeis? De que maneira se pode fazer isso adequadamente? Leia o post e saiba
quanto cobrar pelo seu trabalho daqui pra frente!
Vale a pena ter uma tabela
fixa de honorários contábeis?
Existem
categorias de profissionais autônomos, como os advogados, designers e
dentistas, que se baseiam em tabelas como referência para estabelecer os preços
pelos seus serviços. Existe, inclusive, o cuidado de organizações, como a OAB
(Ordem dos Advogados do Brasil) e Adegraf (Associação dos Designers Gráficos),
por exemplo, em ajudar seus associados com a amarração dessas listas de
serviços e preços cobrados.
No
caso dos contadores, os serviços são bem diferenciados para cada cliente. A
declaração de Imposto de Renda para um contribuinte que é assalariado comum
será muito menos trabalhosa do que aquela feita para outro contribuinte que tem
operações financeiras complexas, como ações na Bolsa de Valores, ganhos no
exterior e transações imobiliárias. O profissional de contabilidade pode até se
basear em uma tabela pessoal de valores, mas eles serão muito mais flexíveis e
mutáveis, de acordo com o contexto.
Como avaliar o valor a ser
cobrado do cliente?
A
princípio, a tarefa de precificação do serviço contábil prestado pode dar um
breve (e chato) trabalho, mas é um passo importantíssimo para que a cobrança
seja justa. Deve-se levar em conta, sobretudo, a proporção das atividades
envolvidas em cada caso, o que inclui fatores tão diversos quanto a quantidade
de horas trabalhadas, o tempo dedicado para que a preparação e atualização
legal tenha sido feita, até gastos com energia elétrica ou a adoção de novos
softwares e computadores.
Além
da mediação dos afazeres relacionados diretamente aos trabalhos prestados, que
são intrínsecos ao serviço a ser executado, os honorários contábeis ainda devem
considerar todo o investimento que é feito no escritório. Ou seja, a renda
mensal deve ser capaz de cobrir os treinamentos e a infraestrutura de seu local
de trabalho, bem como o pagamento dos tributos e demais despesas para custear o
escritório contábil. Além disso, é importante ter lucro e arrecadação de
capital de reserva para situações emergenciais. Essas estimativas devem fazer
parte da repartição futura entre os honorários a serem cobrados da clientela.
Quanto cobrar pelo meu
trabalho?
Como
você pode imaginar, essa é uma pergunta que permite múltiplas respostas, uma
vez que as funções dos profissionais de contabilidade são bastante dinâmicas.
Entretanto, itens como as suas despesas fixas, as despesas variáveis e os seus
custos são os primeiros a serem observados.
Você
precisa definir quanto gasta para fazer o seu trabalho de forma que possa
atribuir um valor que não apenas pague as contas, mas que garanta uma margem de
lucro. Para isso, além de fazer as suas contas, é preciso conhecer também a
média de valores que o mercado pratica. O seu preço não pode estar muito acima
ou muito abaixo do valor médio. Usar a tabela de honorários contábeis do
sindicato das empresas de contabilidade, por exemplo, é um bom referencial a
ser adotado. Ele garante uma menor distorção no preço final.
Contudo,
é importante lembrar que a estratégia de precificação é variável de empresa
para empresa. Olhar para o seu próprio negócio é o primeiro passo antes de
definir o preço final. Isso significa que um escritório pode gastar mais do que
outro para realizar o mesmo serviço. Isso é perfeitamente normal e cabe ao
gestor encontrar formas de ser mais competitivo. O que não pode é você entrar
em uma guerra de preços com seus concorrentes e acabar trabalhando de graça
apenas para cobrir uma oferta.
O que levar em
consideração na precificação?
Novamente,
embora não exista uma regra geral, existem alguns parâmetros que devem ser
seguidos de forma a ajudar o profissional de contabilidade a saber quanto
cobrar exatamente pelo seu trabalho. Assim, juntando todas essas variáveis,
você poderá compor um preço final justo e equilibrado, que leve em consideração
eventuais tarefas extras.
Tempo é dinheiro
O
primeiro item a ser observado é o fator tempo. Quanto tempo por dia, por semana
ou por mês você terá que dedicar ao atendimento de um determinado cliente? Há
empresas cuja demanda é diária enquanto outras podem ser atendidas
tranquilamente com a dedicação de um dia inteiro durante o mês. Assim, analisar
o perfil do cliente e de quais tarefas ele vai demandar a você é o primeiro
passo.
Para
isso, defina antes de tudo o valor da sua hora de trabalho. Para ter acesso a
essa conta, divida o número de horas a ser trabalhado no mês pelo valor dos
custos + encargos + margem de lucro esperada. O resultado disso não é um número
exato, obviamente, mas ajuda você a ter uma ideia real de quanto vale cada hora
sua. Depois é só estimar o tempo a ser gasto no mês e pronto.
De olho nos custos gerais
Você
trabalha sozinho ou tem uma equipe para auxiliá-lo? Se possui funcionários
contratados, sabe que todos eles geram encargos e esses valores também precisam
ser cobertos por qualquer orçamento enviado aos clientes. Dessa forma, você
começa a ter uma noção de quanto custa para um funcionário seu atender um
cliente durante 10 horas por mês, por exemplo.
Um
erro grande, que muitas empresas cometem, é limitar essa conta às pessoas. Toda
empresa tem despesas, sejam elas diretas ou ocultas. Por diretas, entendemos
itens como água, luz, telefone, aluguel e impostos, por exemplo. São despesas
fixas com as quais você terá que arcar tendo clientes ou não. Além disso, há
ainda as despesas variáveis, como licenças de software, material de escritório
ou alimentação. Tudo isso deve estar previsto na sua planilha, de forma que ao
se fazer o rateio dos valores o seu custo real seja mais preciso.
Estabeleça uma margem de
lucro
Feito
tudo isso, é hora de responder a uma pergunta-chave: quanto você espera ganhar?
Lembre-se que levantando os custos você tem acesso ao valor mínimo que cobrará
pelo seu trabalho. Aquele que paga todas as contas, mas deixa a sua empresa no
zero a zero. E, obviamente, ninguém trabalha apenas por trabalhar, não é mesmo?
Assim,
defina qual é o percentual sobre o valor apurado que você pretende ter como
margem de lucro. Seja 10%, 5%, 20%… Não importa. O válido aqui é ter
consciência exata de quanto efetivamente está tendo de lucro líquido com cada
um dos seus clientes. Agora, não adianta também abusar.
É
neste ponto que entra em cena o último dos fatores: a concorrência. Se todo o
mercado pratica uma média de 15% de margem de lucro, por exemplo, arbitrar uma
margem de lucro de 30% pode fazer com que os seus preços fiquem muito altos e
que você tenha dificuldade de encontrar clientes. Novamente, aqui é preciso
buscar o equilíbrio e estabelecer um preço justo perante ao mercado.
Experiência de mercado
serve como aprendizado
O
profissional é livre para determinar seus honorários, porém, deve possuir bons
fundamentos para que não venha a cobrar preços incompatíveis com o trabalho,
nem para o cliente e nem para si mesmo. Para fugir dessas pressões, o agente
contábil pode, inclusive, ter uma planilha orientadora.
Os
contabilistas são profissionais que trabalham diariamente com cálculos, mas
chegar a esse nível de qualidade na hora de estabelecer os honorários pode ser
um pouco mais difícil do que se imagina. Procure observar as demandas
específicas de cada cliente e o tempo ou desgaste do serviço que lhe será
oferecido, além da avaliação adequada dos demais fatores do negócio, a fim de
fixar da maneira mais sensata o valor do seu trabalho.
Tenha softwares de gestão
financeira sempre à mão
Por
fim, o último, mas não menos importante, dos conselhos é ficar de olho na
informatização. Softwares de gestão financeira há muito tempo deixaram de ser
uma exclusividade de grandes empresas. Hoje, é possível ter acesso a serviços
de ótima qualidade sem precisar gastar muito. Acredite: esse é um investimento
cuja economia de tempo e diminuição nos erros justifica rapidamente sua
aquisição.
Fonte:
Blog Sage
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