A
Comissão Especial da Câmara dos Deputados aprovou na noite desta quarta-feira
(11) Projeto de Lei Complementar (PLP 221) que vai permitir a inserção de quase
meio milhão de micro e pequenas empresas que faturam até R$ 3,6 milhões por ano
no Supersimples e uma redução média de 40% em sua carga tributária. A medida,
que segue agora para o plenário da Câmara, deverá ser votada no primeiro
semestre do próximo ano.
Para
o presidente do Sebrae Nacional, Luiz Barretto, este foi um passo significativo
para o fortalecimento das micro e pequenas empresas brasileiras. “Continuo
esperançoso que o Parlamento continuará a ajudar este segmento tão importante”,
avaliou Barretto. Após a aprovação da medida pela Comissão, o ministro da Micro
e Pequena Empresa, Guilherme Afif Domingos, destacou também o papel do
Congresso. “Dependemos fortemente do Congresso Nacional. Ele não é um simples
coadjuvante. Ele é o protagonista desse processo”, disse o ministro.
Com
a aprovação da medida, clínicas médicas, consultórios de dentistas, escritórios
de advocacia, pequenas imobiliárias e mais de 200 outras atividades com
faturamento anual de até R$ 3,6 milhões, até então enquadradas no regime de
lucro presumido, passarão a ter o direito a aderir ao Supersimples. Com a
universalização do regime, são esperadas não somente a redução do número de
empreendimentos informais como também o aumento do volume de empregos nos
pequenos negócios. “O grande interesse do governo é dinamizar a economia, e
poucos projetos, neste momento, teriam um efeito tão imediato quanto este”,
avaliou o ministro da Micro e Pequena Empresa.
Um
estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT)
aponta que, em um primeiro momento, a migração de 447 mil micro e pequenas
empresas do regime de lucro presumido para o Supersimples geraria uma retração
de 0,073% na arrecadação federal, o equivalente a R$ 981 milhões por ano. No
entanto, o estudo considera que a diminuição da carga tributária para os
pequenos negócios irá motivar empresas hoje informais a regularizar a situação,
reduzindo o impacto sobre os tributos, além de impulsionar a geração de vagas.
“Quem carrega esse país no momento de crise são as micro e pequenas empresas.
Temos que valorizá-las”, defendeu o deputado federal Efrain Filho (DEM-PB).
Outro
ponto aprovado no PLP 221 é o da substituição tributária, um mecanismo em que
as Secretarias de Fazenda dos Estados cobram antecipadamente o ICMS das
mercadorias adquiridas pelos empreendedores. Por causa dessa antecipação,
quando um pequeno comerciante vai fazer, por exemplo, estoque para vendas
futuras, ele tem que pagar o ICMS antes mesmo de saber se irá vender. Com isso,
ele fica sem capital de giro, correndo o risco de quebrar ou de ir para a
informalidade. Ao avaliar a questão, os parlamentares dos Estados entenderam
que é melhor incentivar as micro e pequenas empresas do que garantir uma
arrecadação somente no curto prazo”.
Fonte:
Agência Sebrae
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