Tomar
a decisão de abrir um negócio próprio é apenas a primeira de uma série de
escolhas decisivas para o andamento do seu empreendimento. Por isso, saber como
decidir da melhor forma possível nas mais diversas áreas do negócio é
fundamental para alcançar o sucesso.
Escolher
(e lidar com os riscos) é uma característica de empreendedores bem sucedidos,
afirma Bento da Costa Filho, coordenador do curso de Marketing e Varejo no
Ibmec/DF. “É importante que o empreendedor se policie e veja se está
postergando uma escolha só por medo. Uma decisão sempre terá consequências e é
preciso ter maturidade para assumi-las.”
Não
assumir esse papel é o sinal de que você não é um bom líder, porque seu negócio
irá enfrentar uma bola de neve de escolhas pendentes por conta dessa falta de
posição. “Quanto mais o empreendedor procrastina, mais o problema da empresa se
agrava. Grande parte do sucesso está ligada à tomada de decisão”, diz Paulo
Marcelo, gerente do Sebrae de São Paulo.
Se
você não tem muito esse perfil de liderança, saiba que fazer boas escolhas é
algo que pode ser aprendido. Existem ferramentas para ajudar a tomar bons
processos decisórios, segundo Gilberto Guimarães, docente da Business School
São Paulo (BSP). Cada escolha pede um método diferente, das estatísticas até as
análises de situações mais específicas.
Veja,
a seguir, sete formas de tomar decisões que você deve abolir da sua vida
empresarial:
1. Não levar um objetivo
em consideração
Você
sabe onde quer chegar? Esse é o primeiro passo para saber qual é a melhor
escolha para seu negócio. “Quando você estabelece uma premissa, fica mais fácil
tomar decisões. Você tem que parar, pensar e definir claramente onde quer
chegar”, aconselha Guimarães.
Assim
que o objetivo foi definido, fica mais fácil pensar qual escolha traz mais
benefícios ou gera menores perdas, porque já há um referencial. “O mais
inadequado é tomar decisões sem pensar, sem tentar avaliar prós e contras.”
2. Decidir sem pensar em
diferentes cenários
É
difícil tomar decisões certeiras quando a rotina do negócio impõe outras
preocupações. Por isso, Costa Filho recomenda prever cenários diferentes para o
futuro: amanhã, um deles pode acontecer - e você já terá pensado no que pode
ser feito. “Quando as coisas estão acontecendo, nem sempre dá tempo para parar
e pensar. Quem trabalha com antecedência decide melhor, mesmo na hora da
tensão”, afirma. Por exemplo, considere o que sua empresa fará tanto se a taxa
básica de juros (Selic) subir quanto se ela baixar.
3. Descartar a opinião dos
funcionários
Pedir
uma opinião dentro da própria empresa para certos assuntos não só é bom para
fazer com que seus funcionários se sintam atuantes, mas também leva a uma
escolha mais ponderada, explica Costa Filho. “Exercite a discussão e avalie
junto à sua equipe o que poderá ser melhor para o negócio. Assim, a chance de
ter problemas é menor”, aconselha. “Se não é possível fazer essa discussão
prévia de um assunto da empresa, talvez seja melhor aguardar uma ocasião melhor
para decidir.”
4. Não ter informações em
mãos na hora de escolher
Você
iria para uma negociação de crédito sem saber quanto pretende pedir? Saber
exatamente seus objetivos e também os indicadores relativos a essas metas é
fundamental para tomar uma decisão acertada – e sem perder muito tempo. “Esse
estudo prévio é muito importante. Sempre esteja atualizado em relação às
informações, porque aí você consegue decidir rápido e bem”, diz Costa Filho.
5. Ter como base apenas
emoções
Mesmo
nas escolhas mais racionais, há alguma emoção envolvida, afirma Guimarães. “Sem
ela nós não decidimos nada, porque o que resta é a apatia. Porém, é preciso
evitar que uma emoção tome conta de nós”, explica. Para alcançar um objetivo,
esse controle pode se fazer necessário: por exemplo, evitar gastar além da
conta para manter o capital de giro da sua empresa.
A
influência dessas reações pode estar presente também no planejamento da
empresa, afirma Marcelo. “Como há uma carga emocional do empresário na ideia do
negócio, ele pode mascarar o plano de negócios. Por exemplo, ele deixa de
prever alguns custos, como seu pró-labore”, explica. “No papel está tudo bem,
mas isso não se torna factível na realidade. Ele quer tanto que a ideia dê
certo que, até inconscientemente, conta uma história bonitinha para ele
próprio.” Não adianta tomar decisões sem levar em consideração o que realmente
acontece no negócio.
6. Decidir por
relacionamentos e familiaridade
Ainda
falando sobre emoções, uma outra forma ruim de fazer escolher é se basear
apenas nos contatos que você possui para pedir conselhos ou para contratar
funcionários, exemplifica Marcelo. “A contratação costuma ser um processo mal
estruturado nas PMEs. O empreendedor não descreve o perfil da vaga e não avalia
o candidato no aspecto técnico, buscando amigos e parentes. Ter um funcionário
mal capacitado dentro da empresa machuca demais o negócio.”
7. Ignorar o mercado
Fazer
negócios sem olhar o que acontece ao redor é outra forma de fazer escolhas
ruins para seu empreendimento. Como exemplo, Marcelo cita menosprezar a
concorrência e achar que seu negócio está a salvo; ou então ignorar como ela
está posicionada e como ela age. Esse é um erro comum, e faz com que você deixe
de tomar decisões corretas, porque está olhando para seu negócio como um agente
isolado.
Fonte:
Exame
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