Em
recente pesquisa, realizada pela EY Consultoria, 50% do empresariado brasileiro
não estão preparados para o Sistema de Escrituração Digital das Obrigações
Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial). Essa nova metodologia será
oficialmente obrigatória a partir de 1º de janeiro de 2018 para empresas que
tiveram um faturamento superior a R$ 78 milhões em 2016. Levantamento feito
também pela Sage, empresa de software de gestão, diz que 39% dos entrevistados
estão inseguros sobre o cumprimento do prazo final para a adequação dos
processos e sistemas.
O
eSocial foi criado pelo governo federal para substituição das diversas
declarações e documentos vinculados à relação de trabalho, passando a utilizar
um só canal e unificando as informações referentes às obrigações trabalhistas, previdenciárias
e fiscais. De acordo com o diretor da Lumi Consultoria, Alberto Borges, um dos
motivos para uma quantidade tão grande de empresas que ainda não se adaptaram a
esse formato é a falta de conhecimento pelo empresariado. O novo sistema foi
instituído por decreto em 2014, mas por conta de alguns aperfeiçoamentos,
passou por vários adiamentos.
Esse
foi, inclusive, o motivo de a rede de restaurantes e pizzarias Atlântico ainda
não ter se preparado para a adequação. “Contratamos uma consultoria que
ofereceu um serviço de saneamento cadastral, formamos um grupo de estudo com
outras empresas, logo após a divulgação desse novo sistema, mas paramos pela
falta de compromisso com os prazos previstos”, conta Rodrigo Porciúncula,
coordenador do setor de recursos humanos da rede. Ele explica que hoje existe
uma movimentação maior para uma inserção definitiva. “A Caixa Econômica aprovou
o manual e tudo indica que o cronograma vai ser cumprido, por isso, vamos
voltar ao nosso planejamento inicial para a modificação.”
Os
órgãos públicos estão otimizando o caminho com a troca de experiência. “Fizemos
um mapeamento e tivemos um diagnóstico que o nosso sistema não iria atender ao
eSocial, por isso criamos uma licitação para ser feita a atualização da
versão”, afirma Ana Carolina Falcão, que é responsável pelo grupo de trabalho
montado pelo governo do estado para estudo e implementação da plataforma.
Segundo ela, entre novembro e dezembro é que se espera que comecem os
treinamentos parciais, já que para os órgãos públicos o sistema passa a ser
obrigatório a partir de 1º de julho de 2018.
Segundo
Borges, a penalidade para quem não cumprir as obrigações com o eSocial serão
mais severas. “Não é uma opção. Sem esse sistema as empresas podem não quitar
seus débitos previdenciários, fiscais e tributários.” É necessário correr
contra o tempo e se adequar. “Em 2012, o Ministério do Trabalho visitou cerca
de 4% das empresas no país. Com o novo programa, é possível fiscalizar 100%”,
disse.
Para
os micro e pequenos empresários, a responsabilidade de readequar seu sistema
trabalhista, fiscal e previdenciário será a mesma das grandes empresas, mas
eles terão um prazo maior. Devem estar no eSocial até 1º de julho de 2018. Para
Samara Monte, analista de departamento pessoal da DataContábil Compliance, o
quanto antes essa adaptação for feita, melhor. “Para nós, é importante uma
antecipação, por isso, esperamos estar na nova realidade até o final deste ano,
incentivando os nossos funcionários.”
Fonte:
Diário de Pernambuco
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