O
contrato social de uma empresa é o documento que estabelece quais são as
obrigações dos sócios e quais são os direitos de cada um.
Trata-se
de uma espécie de acordo que é firmado anteriormente à constituição da empresa
de modo a servir como uma orientação em diversas situações experimentadas pelo
negócio — a tomada de decisão e a divisão de lucros são dois bons exemplos de
momentos regidos pelo contrato social.
Sendo
tão importante, qualquer erro pode prejudicar intensamente a atuação do negócio
e mesmo o relacionamento dos sócios. Por isso, a seguir você vai conhecer sete
erros que você não deve cometer e vai aprender a evitá-los. Veja a seguir.
Desconhecer as cláusulas
obrigatórias
Existem
algumas cláusulas que são obrigatórias em todo contrato social e, quando você
as desconhece grandes, são as chances de você errar na elaboração e prejudicar
a regularidade e atividade do seu negócio.
Dentre
as cláusulas obrigatórias estão a necessidade de identificar corretamente o
nome empresarial, a qualificação dos sócios, as atividades desenvolvidas pela
empresa, o capital da sociedade, a participação de cada sócio nessa quantia, o
endereço do local, estabelecimento das responsabilidades de cada sócio, a
hierarquização, o responsável pela tomada de decisão e, principalmente, a
participação de cada sócio nos lucros e nas perdas.
Também
é preciso estabelecer o prazo da sociedade, assim como é preciso determinar a
qualificação do administrador que não seja sócio, caso seja aplicável. Sem
essas cláusulas, o contrato se torna incompleto.
Detalhar a atuação da
empresa de maneira incorreta ou incompleta
Esse
erro é comum porque muitos sócios têm alguma dificuldade de pensar mais à
frente em relação ao seu negócio. Como o contrato social deve ser estabelecido
antes de abrir o negócio, é preciso pensar com cuidado em quais serão todas as
atividades que a empresa vai desenvolver em um primeiro momento e também em
quais serão as possíveis atividades a serem desenvolvidas no futuro.
Isso
é importante porque, dependendo da atividade que vai fazer parte da empresa, a
legislação pode ser mais ou menos incisiva, assim como pode ser necessário
determinar um administrador além dos sócios, por exemplo.
Não indicar o
administrador do negócio
Por
falar nisso, a indicação de quem será o administrador ou de quem serão os
administradores é indispensável ao contrato social. Essa decisão não pode ser
tomada de maneira posterior à elaboração do contrato ou à constituição da
empresa e, por isso, é necessário que os sócios decidam de maneira anterior
quem será o responsável por tocar o negócio.
Dependendo
da atuação da empresa, a administração deverá ser feita obrigatoriamente por um
membro externo quando nenhum dos sócios for qualificado. É o caso de negócios
relacionados à saúde, por exemplo, que exigem que um profissional da área
administre o negócio.
Se
nenhum sócio é capacitado para tal tarefa, o contrato deve estabelecer,
necessariamente, o responsável. De maneira oposta, se um dos sócios for
qualificado, então ele deve ser indicado como o administrador caso esteja de
acordo.
Utilizar um contrato
social padrão
Buscando
a praticidade e a economia de tempo e de esforço, muitos empresários utilizam
contratos padrões. Embora esses modelos contenham boa parte das cláusulas
obrigatórias, cada negócio tem as suas próprias necessidades. Isso significa,
portanto, que cada contrato deve — ou ao menos deveria — ser analisado e
elaborado caso a caso.
O
resultado de utilizar um contrato social padrão é óbvio: sem o devido
conhecimento para avaliar se o contrato atende ou não às necessidades do
negócio, grandes são as chances de que ele seja elaborado de maneira incorreta,
necessitando de correções posteriores.
Não ter uma cláusula que
preveja a saída de um sócio
Essa
cláusula pode até não estar entre as obrigatórias, mas a previsão do que
acontece em caso de saída do sócio é muito importante porque desentendimentos,
dissolução ou mesmo acidentes e falecimentos podem fazer com que o negócio se
veja sem um dos sócios.
O
resultado disso é que podem ocorrer disputas internas pelo controle do que fora
deixado pelo sócio ou então pode ocorrer a entrada de um herdeiro imprevisto na
sociedade. Imagine que o sócio majoritário faleça e entre um herdeiro que não
tem qualquer ideia sobre o negócio. Fica fácil perceber porque esse é um erro
que deve ser evitado.
Não contar com ajuda
jurídica no momento oportuno
A
elaboração de um contrato social não é tarefa fácil, mas ela se torna ainda
mais difícil quando não há respaldo jurídico. Um advogado ou, ainda melhor, uma
consultoria jurídica é capaz de auxiliar os sócios na elaboração e validação
jurídica de um contrato do tipo.
Com
isso em mente, um erro muito comum é o de não saber a hora de procurar ajuda
ou, pior ainda, de não procurar qualquer ajuda para a elaboração desse
contrato. Dessa forma, procure ajuda jurídica logo no começo da elaboração do
contrato social ou, no mínimo, quando já houver um contrato relativamente
elaborado.
Um
profissional ficará responsável por estabelecer quais são os pontos faltantes,
quais precisam ser mudados e ainda irá sugerir quais devem ser incluídos para
que a sociedade se beneficie e evite dores de cabeça no futuro.
Além
disso, o visto de um advogado é indispensável na constituição de uma empresa ou
no enquadramento de micro e pequenas empresas. Por isso, não contar com ajuda
jurídica pode ser mais do que um erro — pode se tratar de uma irregularidade em
relação ao contrato.
Não elaborar o contrato social
O
maior erro possível relativo ao contrato social, entretanto, é o fato de não
elaborá-lo. Quando você não faz o contrato social da sua empresa ela não pode
ser registrada adequadamente, o que significa que ela está operando sem
regularidade.
Além
disso, poder causar problemas com a fiscalização — como com a Receita Federal,
por exemplo — isso ainda prejudica a confiabilidade do seu negócio em relação
aos clientes. Sem um contrato social, a relação dos sócios também pode ser
abalada em questões futuras, levando a disputas que podem até mesmo chegar à
justiça — e tudo isso devido a uma falta de acordo prévio sobre as condições da
sociedade.
O
contrato social da empresa deve ser elaborado com cuidado porque é um dos
documentos mais importantes para a constituição e operação do negócio de
maneira geral. Ao conhecer esses sete erros você será capaz de evitá-los e
conseguirá um contrato adequado para as suas necessidades. Para conseguir isso,
inclusive, não deixe de contar com a ajuda de profissionais da área jurídica.
Fonte: CHC Advogados
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