A
Receita Federal encontrou nas redes sociais uma aliada no combate à sonegação
de impostos. Quando há suspeitas de patrimônio incompatível com a renda,
auditores buscam em fotos de contribuintes e de pessoas ligadas a eles se há
bens de alto valor ou outros indícios de riquezas, como ostentações em fotos de
Facebook ou Instagram.
O
delegado adjunto da Receita Federal em Londrina, Davi José de Oliveira, afirma
que essas buscas ocorrem em investigações paralelas e há situações em que se
verifica um “determinado desnível entre bens”. “A gente trabalha com conceito
de árvore familiar, por isso, é importante o CPF dos dependentes na declaração
do Imposto de Renda. Há casos de bebês com carro de luxo registrado no nome
dele, tem idosos que recebem benefícios no valor do salário mínimo com veículos
caros”, cita o delegado como exemplos de fatos que podem desencadear a
investigação.
De
acordo com Oliveira, para combater esses esquemas, a Receita Federal institui,
a cada ano, novas ligações com redes institucionais – para a declaração de
Imposto de Renda de 2018, referente aos rendimentos de 2017, há a conexão com
os cartórios de registros. “São diferentes ocasiões que podem originar um
processo de diligência. Às vezes, é necessária uma investigação mais completa,
às vezes, [o pedido] vem de inquérito policial, de investigação do Ministério
Público.”
Em
Londrina, já houve identificação empresas com grandes débitos ou em processo de
recuperação judicial que investem em expansões ou lançamentos de produtos. “Na
contabilidade e nas declarações para a justiça, apresenta que está falindo, mas
injetam milhões em novas frentes. É uma inconsistência muito grande. Em casos
assim, vamos buscar onde está esse dinheiro. Por isso, precisamos estar atento
às movimentações de toda a árvore familiar e de todos os sócios, de tudo o que
fazem e que é divulgado [em redes sociais]”, afirma o delegado adjunto.
Fonte:
Jornal Contábil
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