Um
estudo divulgado no final do ano passado revelou um dado alarmante: o número de
micro e pequenas empresas inadimplentes atingiu 4,9 milhões, um recorde desde o
início do levantamento realizado pela Serasa Experian, em março de 2016.
Entre
as empresas endividadas, 45,6% são do setor de serviços, 45,2% do comércio e
8,8% da indústria. São Paulo detém 32,5% do total dos negócios em
inadimplência.
Saber
lidar com as finanças é imprescindível para o sucesso de um negócio. É
necessário ter uma estratégia para não deixar as contas no vermelho. E uma das
tarefas que define a saúde financeira da empresa é a gestão do fluxo de caixa.
A
tarefa deve ser encarada como um mecanismo para alavancar ganhos e reduzir
perdas e identificar falhas que podem ser gargalos de crescimento.
Veja
orientações simples e práticas para não negligenciar as finanças de um micro e
pequeno negócio.
NÃO CATEGORIZAR CUSTOS,
DESPESAS E RECEITAS
Registrar
os custos e despesas como um amontoado de contas a pagar pode demonstrar, no
final do mês, se a empresa está no vermelho ou no azul.
No
entanto, as anotações não fornecerão informações relevantes para tomadas de
decisão. Portanto, é necessário segmentar as contas em grupos, como custos com
pessoal (salários e benefícios), despesas de ocupação (aluguel, energia elétrica,
IPTU), ações de comunicação (visual merchandising e investimento em redes
sociais) e compra de novos produtos. As receitas também podem ser segmentadas –
no caso de uma loja, o agrupamento pode ser por receitas provenientes de linhas
de produtos ou coleções.
A
segmentação ajuda o empreendedor a saber onde a empresa gasta mais e onde é
possível diminuir custos.
Sob
o ponto de vista de receitas, o agrupamento permite identificar quais produtos
e serviços possuem maior representatividade no faturamento e quais são os itens
que estão em crescimento, estabilidade ou declínio de vendas.
DEIXAR DE ACOMPANHAR O
CAIXA CONSTANTEMENTE
Geralmente,
muitos empreendedores acompanham o fluxo de caixa mensalmente –e, no final do
período, faz um balanço para avaliar se os números estão dentro do orçamento.
No
entanto, no dia a dia de uma loja, alguns gastos triviais podem passar
despercebidos, como compras de última hora, refeições e transportes extra para
funcionários e despesas com pequenas manutenções, como troca de lâmpadas
queimadas.
Dessa
forma, o dono da loja deve acompanhar o fluxo de caixa todos os dias. Isso
permite que seja possível identificar gargalos de eficiência e realizar ajustes
antes que o problema cause um rombo nas contas. No final do mês, o empreendedor
pode fazer uma análise profunda para projetar números futuros e regular metas.
CONFUNDIR VENDAS E CONTAS
A RECEBER
Vendas
a prazo são frequentes na loja. Neste caso, o valor pago pelo cliente só
entrará no caixa nos meses seguintes. E aqui mora um perigo.
Ao
acompanhar o fluxo de caixa, não se deve anotar todas as vendas como
recebimento, mas sim como contas a receber.
Isso
evita vários erros. Um deles é contar com dinheiro que ainda não entrou na
empresa. Ao controlar a data e o montante a receber, o empreendedor já
considera os juros, descontos e taxas de operadoras de cartão de crédito, que
podem deixar o valor final diferente do preço de venda.
Como
a grande maioria dos empreendedores sabe, nem todos os clientes pagam em dia (e
alguns nem pagam). Então, manter o controle de contas a receber é necessário
para identificar atrasos e calotes e fornecer informações para realizar
cobranças. Também é uma forma de identificar bons e maus pagadores – e evitar
que o segundo grupo volte a comprar na empresa.
DEIXAR DE LADO A
TECNOLOGIA
Hoje
existem no mercado dezenas de softwares na nuvem de gestão de fluxo de caixa,
alguns gratuitos e que também operam por aplicativos de smartphone.
Essas
ferramentas digitais permitem o gerenciamento de diversas rotinas, como
pagamentos de fornecedores e funcionários, contatos com clientes, integração
com contas bancárias e emissão de nota fiscal.
Todos
os dados são exibidos em relatórios, o que faz os processos serem facilmente
controlados pelo empresário. Os softwares minimizam erros e também podem
aumentar a produtividade devido a maior agilidade na gestão do caixa.
MISTURAR CONTAS DA EMPRESA
COM CONTAS PESSOAIS
Pode
parecer um truísmo, mas é comum micro e pequenos empreendedores misturarem as
finanças pessoais com as da empresa.
Alguns
microempresários, por exemplo, só abrem contas jurídicas quando necessitam de
empréstimos em melhores condições e que requerem maiores garantias, como ativos
imobilizados (máquinas e equipamentos).
O
problema de usar o caixa da empresa como conta bancária pessoal é minar toda a
estratégia e planejamento financeiro do negócio.
Os
saques indevidos podem gerar informações inconsistentes e confundir o
empreendedor durante a análise mensal do fluxo de caixa. O correto é o
empreendedor definir previamente um pró-labore mensal, que caiba no orçamento e
incluí-lo no planejamento financeiro do negócio.
Fonte:
Sebrae
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