Se
o término das eleições definiu o cenário político para os próximos anos, o
mesmo não se pode dizer com relação às perspectivas econômicas. Nossa atual
conjuntura aponta para um crescimento próximo a zero ou mesmo negativo neste
ano. A inflação ultrapassou a meta definida, os gastos públicos bateram
recorde, voltamos a ter déficit nas transações internacionais, a renda per
capita encolheu e a indústria perde continuamente participação no PIB nacional.
Economistas
e cientistas políticos concordam que a correção da rota passa pelas reformas
política, fiscal e tributária. O governo precisa elevar sua poupança, reduzir
os gastos da máquina e ao mesmo tempo investir em infraestrutura; necessita
aumentar a arrecadação, mas diminuir a carga tributária para estimular a
produção e elevar a competitividade.
Enquanto
estes impasses são discutidos, cabe aos empresários cuidarem de seus próprios
negócios. Afinal, a macroeconomia tem impacto no longo prazo e a gestão
microeconômica tem que ser feita aqui e agora. Seguem sete passos para
reflexão:
1. Repensar o negócio
Analise
seus produtos e/ou serviços considerando as demandas dos consumidores e as
ações de sua concorrência. Você poderá concluir que é hora de reduzir seu
portfólio, enfatizando os itens mais expressivos onde sua competitividade seja
maior, ou ampliar a carteira, buscando atingir novos nichos de mercado.
2. Planejar
Elabore
um plano estratégico para um horizonte mínimo de doze meses, tendo em vista
três cenários possíveis: estagnação, com manutenção das vendas obtidas no
decorrer deste ano; retração, com queda nos resultados; e evolução, com
crescimento do faturamento. Prepare-se para agir diante de qualquer situação
conjuntural.
3. Reduzir custos
Verifique
todos os seus processos, de administrativos a operacionais, a fim de identificar
meios para cortar custos sem evidentemente impactar a qualidade. Isso poderá
conduzir à necessidade de investimentos em infraestrutura possibilitando elevar
a efetividade, ou seja, fazer mais e melhor com menos recursos físicos e
financeiros, envolvendo também menos tempo e pessoas.
4. Administrar as finanças
A
falta de capital de giro é um dos maiores problemas corporativos, em especial
das empresas de pequeno e médio porte. Por isso, é necessário ter austeridade
na gestão do caixa. Isso significa cuidado na obtenção de crédito e vigília
constante dos índices de endividamento, pois é impossível vencer os juros
compostos. Atenção também com as vendas a prazo e com o sistema de cobrança dos
inadimplentes.
5. Capacitar a equipe
O
caminho para elevar a produtividade e, consequentemente, a competitividade,
passa pelo investimento em sua equipe. Considerando-se o baixo nível de preparo
com que os profissionais chegam ao mercado, decorrência direta da qualidade de
nosso ensino, cabe a você instruir, treinar e desenvolver seus funcionários.
Assegure-se de que estão alinhados à cultura de sua empresa, que conhecem seus
produtos e/ou serviços, e que entregam aos clientes internos e externos um
atendimento exemplar. Trabalhe para elevar o nível de engajamento dos mesmos,
através de políticas de remuneração variável baseadas no êxito, programas de
reconhecimento e valorização e construção de um clima organizacional próspero.
E, como sempre digo, lembre-se: contrate devagar, mas demita rápido.
6. Vender mais
O
coração de qualquer empresa está no departamento comercial, responsável pela
origem das receitas. Para apoiá-lo, acione os mais diversos instrumentos de
marketing, buscando mostrar-se ao mercado e difundir seus diferenciais. Você
pode optar por campanhas para promover o desejo e o impulso do consumidor por
seu produto e/ou serviço, ou ações mais institucionais capazes de potencializar
a credibilidade e a reputação da marca. Escolha os meios e veículos adequados
para divulgação e não desconsidere a força das mídias sociais.
7. Administrar impostos
Quanto
mais competitivo for o seu mercado de atuação, impondo margens menores que
exigem volumes crescentes para alcançar resultados satisfatórios, mais
relevante será o cuidado com a carga tributária que impacta o seu negócio.
Assim, consulte seu contador sobre a viabilidade em alterar seu regime de
tributação do lucro real para o presumido ou aderir ao Simples. Considere
também a possibilidade de desmembrar sua companhia em duas, ambas optantes pelo
Simples, a fim de distribuir o faturamento e usufruir de alíquotas reduzidas.
Consulte também outras formas de elisão fiscal (redução legal de tributos).
Todas
estas ações básicas são essenciais para perseguir a sustentabilidade de seu
negócio, embora não sejam as únicas, nem tampouco garantia plena de sucesso.
Mas elas estão ao seu alcance e independem das decisões tomadas em âmbito
político.
Fonte:
O Nortão – RO
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