As
discussões sobre o novo cálculo da aposentadoria, em discussão no Congresso,
interessa a todos os brasileiros. O governo quer impedir que a mudança aumente
muito os gastos da previdência. A proposta, já votada pela Câmara, chega ao
Senado na segunda-feira (18) e a chance de ser aprovada é grande.
“Eu
acho que em função do Senado já ter decidido sobre o fator previdenciário,
sobre a sua extinção e sobre a necessidade de colocarmos uma nova regra no
lugar, essa matéria vai mais facilmente caminhar por aqui”, opina o presidente
do Senado, Renan Calheiros, do PMDB-AL.
Pela
proposta que está sendo discutida, homens terão direito à aposentadoria
integral quando a soma do tempo de contribuição e da idade der 95 anos. Nesse
caso, o tempo mínimo de contribuição para o INSS são 35 anos. No caso das
mulheres, a conta tem que dar 85 anos, sendo 30 anos o tempo mínimo de
contribuição.
A
diferença entre o cálculo atual e o que o Congresso quer aprovar não está só na
idade ou no tempo de contribuição. Ela aparece também no valor do beneficio.
Hoje o homem se aposenta, em média, com 54 anos de idade e 35 de contribuição.
Se o benefício dele for de R$ 1.500, com a aplicação do fator previdenciário,
que leva em conta idade, contribuição e expectativa de vida média do
brasileiro, a aposentadoria vai cair para R$ 1.012,50.
Para
ele receber a aposentadoria integral, ou seja, os R$ 1.500, esse homem teria
que trabalhar e contribuir para a previdência por mais seis anos. Pela
proposta, que está sendo analisada no Congresso, ele já teria direito a
aposentadoria integral, só que trabalhando e contribuindo para a previdência
pela metade desse tempo, ou seja, três anos.
O
Ministério da Previdência estima que, se a nova regra entrar em vigor, o
governo vai gastar R$ 40 bilhões a mais nos próximos dez anos. Para o
economista Raul Velloso, o risco de prejuízo com a nova fórmula é menor, porque
o trabalhador continuaria pagando a previdência para não cair na regra do
fator, o que compensaria os gastos: “O perigo disso tudo é que haja uma
interpretação de que nós estamos recuando, não estamos cuidando das contas
públicas, estamos fazendo uma mudança prejudicial e aí os credores, as agências
de risco, vão olhar isso com maus olhos e vão pensar que o país vai degringolar
e não é o caso”.
Fonte:
G1
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