O
que mais tenho escutado ultimamente são discursos enfáticos sobre o quanto o
momento político e econômico que o Brasil está enfrentando torna difícil a vida
de todos nós. Não vou gastar tinta e ocupar esse espaço escrevendo sobre coisas
que já estamos exaustos de escutar, de ler, de falar. A pergunta útil é: ok, o
negócio está feio, mas tem solução? Como ter sucesso em tempos bicudos?
Na
minha modesta visão, só existe um caminho a seguir: é preciso ser mais
competente do que os demais competidores. Com raras exceções, as empresas e
suas marcas não possuem uma participação de mercado dominante a tal ponto de já
não terem como crescer, a não ser que o mercado continue crescendo. Via de
regra, a participação está por volta de 5% a 10% (em casos fora da curva, pode
chegar a 30%, quem sabe 40%).
Isso
significa que, mesmo em períodos de recessão, ainda existe muito espaço para agregar
novos clientes, novas vendas. Essa é uma verdade que se expande quando
consideramos que concorrentes hoje não são apenas as outras marcas que oferecem
os mesmos produtos e serviços, e sim tudo e todos que disputam o bolso das
pessoas.
Quando
uma empresa se deixa contaminar pelos fatos negativos, pelas notícias ruins,
vai gradativamente perdendo seu ânimo, e aí a coisa fica mesmo complicada.
Ânimo é uma condição do espírito, da alma; excesso de determinação diante de
uma situação adversa é a ação de manifestar sua própria vontade, seu intento.
Uma empresa sem ânimo é uma empresa que perdeu sua força, sua coragem. Uma
equipe sem ânimo torna-se triste, medrosa, perde a crença em si e na empresa,
perde a fé naquilo que faz.
Ao
nos vermos diante de um momento de dificuldade, não devemos ignorar seus
efeitos. Na verdade, é lúcido e necessário avaliar o ambiente, identificar
riscos e fragilidades, mas apenas para poder desenhar um plano com o intuito de
aumentar a capacidade competitiva da empresa. De um lado, aliviar o orçamento
de tudo aquilo que representa peso morto, aquelas práticas e custos que pouco
ou nada agregam; de outro lado, investir mais agressivamente no que está
diretamente relacionado a conquistar mercado, adicionar novos clientes,
expandir possibilidades.
O
nome do jogo é foco total, a estratégia é reunir recursos e energia para ter
mais apetite e vontade do que o concorrente. Não deixar que a equipe se
intimide, se apequene, perca a gana de ocupar mais território. Ainda não conheci
nenhuma empresa bem-sucedida cujo lema seja: “Cuidado, a coisa está preta!”. De
minha parte, prefiro a divisa do Bope:
“Vá
e vença!”
Fonte:
Revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios
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