O
governo já admite que as mudanças nas regras da desoneração da folha de
pagamento sejam estabelecidas de forma gradual, mas tenta convencer o relator
da matéria na Câmara, deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ), a garantir para
este ano uma redução parcial do benefício.
O
deputado, que é líder do PMDB na Câmara, chegou a divulgar que iria fechar uma
proposta estabelecendo que a mudança, além de gradual, começaria a valer apenas
no próximo ano. Ele foi procurado, então, pelo vice-presidente Michel Temer para
mudar sua posição.
O
governo apresentou a ideia de fazer com que pelo menos 50% da proposta inicial
do governo entrasse em vigor ainda neste ano. O restante ficaria para os
próximos anos, de forma gradual, num prazo a ser estabelecido pelo relator do
projeto.
Picciani
disse nesta terça que ainda não há um prazo definido para o aumento total da
taxação.
A
avaliação do governo, transmitida a Picciani por Temer e pelo ministro Joaquim
Levy (Fazenda), é que um aumento da taxação ainda em 2015 é fundamental para
sinalizar ao mercado o compromisso do país com o controle das contas públicas.
O
parlamentar pretende apresentar seu relatório até esta quinta-feira (7).
"A princípio a proposta será mesmo por uma mudança gradual."
Benefício
A
desoneração, adotada no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, permitiu
aos setores beneficiados substituir a contribuição ao INSS correspondente a 20%
sobre a folha por uma taxação de 1% a 2% sobre o faturamento. Neste ano, o
governo anunciou a intenção de aumentar a alíquota da tributação para 2,5% e
4,5%.
A
mudança geraria um aumento de arrecadação de R$ 5,4 bilhões neste ano, segundo
o governo. Para 2016, a estimativa era de uma receita extra de R$ 12,8 bilhões.
Só
que a previsão para este ano era no formato anterior da proposta, enviada na
forma de medida provisória ao Congresso, que acabou devolvida pelo presidente
do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), forçando o governo a reencaminhar o texto
na forma de projeto de lei, com regime de urgência.
Agora,
a previsão é que a medida poderia gerar pouco mais de R$ 3 bilhões de economia,
desde que aprovada a tempo de vigorar pelo menos no segundo semestre.
Fonte:
Folha de S. Paulo
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