Durante
o lançamento da agenda Política e Legislativa da Federação Nacional das
Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias,
Informações e Pesquisas (Fenacon) para 2015, que ocorreu na noite de
quarta-feira (27), em Brasília, o ministro da Secretaria da Micro e Pequena
empresa (SMPE), Guilherme Afif Domingos, defendeu a criação do Simples Social,
regime baseado no Simples Nacional, que pretende simplificar e diminuir a
tributação de entidades do terceiro setor para atividades voltadas para
angariar fundos.
Segundo
o ministro, a criação do Simples Social será colocada na agenda do Bem Mais
Simples, programa que tem como objetivo agilizar a prestação dos serviços
públicos e melhorar a eficiência da gestão pública, facilitando a vida do cidadão,
das empresas e dos governos. “Vamos buscar uma simplificação geral nas regras
dessas entidades para que elas possam cumprir melhor o seu papel social”.
Em
seu discurso, Guilherme Afif aproveitou para destacar também o programa
Pronatec Aprendiz, voltado para micro e pequenas empresas, que a SMPE vem
trabalhando desde o ano passado. “O menor de idade tem que ter chance de se
inserir no mercado de trabalho. Fizeram o Pronatec pensando nas médias e
grandes empresas, mas esqueceram de quem representa 98% das empresas do Brasil,
as MPEs. A presidenta Dilma Rousseff faz questão de que façamos essa ligação
entre a micro e pequena empresa e o jovem que procura aprender um ofício que
pode, inclusive, afastá-lo do mundo do crime”.
Para
viabilizar o acesso do jovem às MPEs, o Governo vai arcar com os custos da
contratação da entidade assistencial que deve acompanhar o jovem durante todo o
estágio, o que garante o tratamento diferenciado para os pequenos, como
previsto na lei. O ministro defende que jovens a partir de 14 anos estão
habilitados para integrar o programa. “Sou a favor da massificação de jovens
aprendizes na micro e pequena empresa. Eles passam a ter acesso ao estudo, à
qualificação e saem da rua e do ócio”, destacou.
Sobre
a crise e seu agravamento o ministro Guilherme Afif destacou que o papel da
micro e pequena empresa é fundamental para que o País possa continuar no rumo
certo. “Muito se fala em crise, mas ninguém olha para a real situação da
economia do andar de baixo, que é quem está sustentando o emprego e a renda no
Brasil. As MPEs vem apresentando resultados positivos de crescimento e
arrecadação, e está segurando o emprego. Enquanto as grandes demitem, os
pequenos contratam”.
Os
dados corroboram com a avaliação do ministro. O desempenho da arrecadação do
Simples é maior do que o desempenho arrecadatório da Receita Federal nos três
primeiros meses de 2015. Enquanto em janeiro de 2015, o Simples arrecadou 6,45%
a mais do que em janeiro de 2014, a arrecadação da Receita foi 5,44% menor do que
em janeiro do ano passado.
Em
fevereiro a diferença se repete, 6,16% maior na arrecadação de janeiro do
Simples, contra uma arrecadação da Receita 3,07% menor do que no mesmo mês do
ano passado. Em março de 2015, o Simples apresentou crescimento de 5,92% contra
a queda de 2,03% na arrecadação da Receita em relação a 2014.
Nos
últimos anos, o segmento de micro e pequenas empresas tem apresentado
crescimento chinês. Em 2010, as MPEs cresceram 19,8%. Em 2011, 8,6%. Em 2012, o
crescimento chegou aos 14%, No ano passado, 7,5% de crescimento real.
Em
relação ao emprego, observa-se que há 10 anos, as MPEs vem sendo responsáveis
por 87,4% do saldo de geração líquida de empregos no país contra 12,6% gerados
pelas médias e grandes empresas. Só entre 2011 e 2014, o setor foi responsável
pela geração de 4.963.357 vagas. Em 2005, as MPEs foram responsáveis por 1,2
milhão de novos empregos contra 259 mil das grandes e médias. Em 2010, o setor
apresentou o maior índice de contratação com 2 milhões de vagas contra 617 mil
das demais empresas. Nos três primeiros meses de 2015, mais 65.413 novos
empregos foram criados pelas MPEs.
Por
fim, o ministro destacou pontos importantes já conquistados e os próximos
passos que estão sendo dados pela SMPE como as ações voltadas para o programa
“Bem Mais Simples” e o projeto “Crescer Sem Medo”.
Sobre
a revisão das tabelas do Simples (Crescer Sem Medo), Guilherme Afif lembrou que
o projeto está no Congresso Nacional em regime de urgência e deverá ser
aprovado em breve. “Nós temos que transformar esta corrida de obstáculos, que é
o crescimento das empresas, por mais de 20 faixas de enquadramento e reduzi-las
para 6 ou 7 faixas no máximo, criando uma rampa suave de tributação para que as
MPEs não tenham medo de crescer”.
O
senador José Pimentel (PT-CE), que também participou do evento, disse que o
Crescer Sem Medo é matéria prioritária do Congresso Nacional. “Sabemos da
importância de aprovar essa matéria, que é fundamental para que as empresas
continuem a apresentar os ótimos resultados dos últimos anos. Faremos tudo para
que a aprovação ocorra o mais breve possível”.
O
presidente da Fenacon, Mário Elmir Berti, destacou o trabalho do ministro Afif
a frente da SMPE, e disse que a Fenacon apoia as ações que estão sendo tomadas.
“Conhecemos bem as necessidades das MPEs e temos certeza que o ministro caminha
no rumo certo para melhorar a vida dessas empresas”.
Participaram
também da cerimônia o senador Donizeti Nogueira (PT-TO), os deputados federais,
Carlos Andrade (PHS-RR), Alex Canziani (PTB-PR), Daniel Almeida (PCdoB – BA) e
Laércio Oliveira (SD-SE), que também é presidente da Frente Parlamentar Mista
em Defesa do Setor de Serviços. O
deputado distrital do DF, Agaciel Maia (PTC-DF), diretor político parlamentar
da Fenacon, Valdir Pietrobon, o presidente do Sescon – SP, Sérgio Aprobatto e o
presidente da Anperj, Ardisson Akel também prestigiaram o evento.
Fonte:
Secretaria da Micro e Pequena Empresa
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