Nos
últimos dias de 2016, a Receita Federal editou três normas que padronizam o
compartilhamento de informações com outros países e facilitam a identificação
dos beneficiários finais de empresas.
O
objetivo é coibir a evasão fiscal e a lavagem de dinheiro, crime em geral
ligado à corrupção.
Uma
das medidas cria um novo Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) de
corporações e empresas. Os novos CNPJs devem identificar quem é beneficiário
real dos negócios da empresa, mesmo que este se encontre fora do país.
Para
as pessoas jurídicas já existentes, o prazo para prestar a informação é até 31
de dezembro de 2018.
Para
Alexandre Naoki, professor de direito tributário da Universidade de São Paulo
em Ribeiro Preto, a medida adequa o Brasil às práticas que vem sendo
implementadas no resto do mundo, não só em termos de combate à corrupção, mas
também para desencorajar o uso de paraísos fiscais como meio de ocultar os
verdadeiros donos de recursos obtidos de forma ilícita.
COLABORAÇÃO INTERNACIONAL
Outras
duas normas facilitam o compartilhamento de informações da Receita com outros
países.
Foi
criado um Padrão de Declaração Comum (CRS, na sigal em inglês) para o
intercâmbio de informações, conforme definido em acordos internacionais.
Para
isso, foram estabelecidos os instrumentos e parâmetros para a coleta e
fornecimento automático dos dados por parte das instituições financeiras.
O
Brasil passará também a apresentar todos os anos uma Declaração de País a País
(DPP), com informações sobre as empresas integrantes de grupos multinacionais
cujo controlador final seja residente no Brasil.
A
declaração trará dados como as jurisdições nas quais o grupo opera, a
localização de suas atividades, a alocação global de renda, os impostos pagos e
devidos, entre outros.
Além
disso, terão que ser identificadas todas as empresas integrantes do grupo e as
atividades econômicas que desempenham.
"Pessoas
físicas e jurídicas de outros países que movimentam suas contas aqui no Brasil,
os bancos marcarão esse correntistas”, explicou o subsecretário de fiscalização
substituto da Receita Federal, Francisco Assis de Oliveira Júnior.
Segundo
a Receita, com a medida o Brasil passará também a ter, devido a acordos de
reciprocidade, acesso mais amplo a informações sobre brasileiros que movimentam
recursos em contas no exterior.
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