O
ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta quinta-feira que estão na
lista de possíveis aumentos de impostos alterações no PIS/Cofins e a reoneração
de alguns setores da economia que tiveram incentivos fiscais no passado mas que
não tiveram o incremento esperado na produção. Em entrevista ao SBT Brasil, ele
disse ainda que o governo deve bater o martelo sobre a correção ou não da
tabela do Imposto de Renda de 2017 (com efeito para declaração de 2018) nas
próximas semanas.
O
governo precisa balancear corte de gastos e aumento de receitas para cobrir um
buraco de R$ 58,2 bilhões e conseguir cumprir a meta de fazer um déficit de R$
139 bilhões este ano. Apesar de ter reduzido a previsão de crescimento deste
ano de 1,6% para 0,5%, o ministro disse que a população brasileira já poderá
perceber um avanço da economia no segundo semestre.
—
A meta será cumprida. Uma parte dessa diferença será cumprida com mais corte de
gastos e uma parte será de impostos. Seja, por exemplo, PIS/Cofins, ou até a
reoneração de algumas isenções que foram concedidas, que não tiveram efeito
produtivo. Por exemplo, algumas desonerações dadas para alguns setores
esperando-se que se aumentasse a produção e não se aumentou.
O
ministro ainda defendeu a reforma da Previdência e a flexibilização da
terceirização, aprovada ontem pela Câmara dos Deputados. Segundo ele a reforma
da Previdência é necessária para abrir espaço para que o país volte a crescer,
à medida que o avanço excessivo dessa despesa poderá levar a uma futura
insolvência do governo. Em relação à aprovação da terceirização, Meirelles
disse que a experiência internacional mostra que as leis mais flexíveis ajudam
a aumentar o emprego.
—
A perspectiva e a experiência internacional têm uma resposta diferente dessa
que as pessoas pensam, de que a rigidez das leis trabalhistas, a judicialização
pesada da Justiça do trabalho, beneficia o trabalhador. A experiência
internacional diz que não, isso faz com que o país cresça menos, faz com que as
empresas contratem menos trabalhadores e isso prejudica a todos.
Ele
sinalizou ainda que o governo não descarta a possibilidade de diminuir o
intervalo da meta de inflação em um futuro próximo.
—
Se ficar claro que pode-se de fato fixar uma meta mais baixa sem prejudicar a
economia, no sentido de forçar o Banco Central a apertar mais excessivamente,
se tudo caminhar da melhor forma possível, é uma boa possibilidade.
Fonte:
Jornal O Globo
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