Depois
da votação das medidas provisórias do ajuste fiscal, a Frente Parlamentar das
Micro e Pequenas Empresas quer contaminar o Congresso com uma pauta positiva: a
ampliação do acesso ao Supersimples, regime que reduz a carga tributária em
40%.
As
principais propostas envolvem o aumento do teto de receita anual do
Supersimples e a adoção da progressividade do tributo nos moldes do Imposto de
Renda - só paga alíquota maior sobre o que exceder a anterior.
A
ideia é aprovar as novas regras até julho antes do recesso parlamentar. As
novidades, se aprovadas, só vão vigorar a partir de 2016, de acordo com o
princípio da anterioridade anual para a vigência de alterações tributárias.
"Queremos separar o ajuste fiscal do projeto do Supersimples", disse
ao DCI o presidente da Frente, deputado Jorginho Mello (PR-SC), durante o 2º
Seminário Pense nas Pequenas Primeiro, realizado ontem pela Confederação
Nacional da Indústria (CNI), em Brasília. "A presidente Dilma Rousseff se
comprometeu em rever o Supersimples", disse Mello.
Pelo
projeto apresentado pela Frente, o teto do Supersimples passaria de R$ 3,6
milhões para R$ 7,2 milhões (comércio e serviços) e R$ 14,4 milhões (indústria)
e de R$ 60 mil para R$ 120 mil, no caso do Microempreendedor Individual (MEI).
São
propostas inspiradas em trabalho da Fundação Getúlio Vargas, coordenado pelo
ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, no final de 2014, antes de ele
assumir o cargo.
"Vamos
ver se o ministro fez um trabalho", brincou Mello.
Segundo
Mello, a Frente vai trabalhar no sentido de eliminar o "abismo
fiscal" existente entre as faixas de alíquotas e para sair do
Supersimples. "Queremos evitar a morte súbita para quem sai do
Supersimples por faturar acima do que é estipulado. Entre as faixas a diferença
chaga a 10% a diferença", reclamou;
Apesar
de tentar separar o ajuste fiscal do novo Supersimples, Mello disse que a
Frente vai apresentar propostas para exigir tratamento diferenciado aos
pequenos negócios nas MPs que tratam de aumento de tributos e alterações previdenciárias
e trabalhistas.
Avanços do ajuste
O
governo comemorou ontem a aprovação em comissão especial do texto negociado da
Medida Provisória 665/14, que reduz direitos trabalhistas. Também festejou a
aprovação, no Senado, do adiamento, para janeiro de 2016, da redução das
dívidas de estados e municípios com a União. O relator, senador Paulo Rocha
(PT-PA), admitiu que a proposta que chegou ao Congresso restringe os direitos
trabalhistas ao dificultar o acesso aos benefícios.
Na
proposta enviada pelo governo, o trabalhador demitido tem de comprovar 18 meses
de carteira assinada - computados nos últimos dois anos - para receber o
benefício do seguro desemprego, por exemplo. Antes eram exigidos apenas seis
meses. O relator fixou em 12 meses. "Dei coerência à conquista dos
trabalhadores", justificou Rocha, em sessão tomada por faixas de
sindicalistas contra a presidente Dilma.
Fonte:
DCI – SP
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