Em
quase seis anos, o Brasil assiste a uma façanha inédita de formalização de
donos de micronegócios espalhada por todos os 5.570 municípios brasileiros e
aplaudida por até organismos internacionais.
O
fenômeno é a adesão à figura jurídica do Microempreendedor Individual, também
conhecido pela abreviação MEI. Desde que passou a vigorar em julho de 2009, o
Portal do Empreendedor saiu do zero e registrou até 31 de março deste ano o
total de 4.876.141 inscrições.
Nesse
período, os quase 5 milhões de MEIs avançaram rapidamente e estão cada vez mais
próximos para ultrapassar a marca de 6,4 milhões de micro, pequenas, médias e grandes empresas
registradas no País até 2012. Os dados são de estatísticas mais recentes
reunidas pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos
Socioeconômicos (Dieese).
Assim,
os MEIs vão se tornar a maior categoria empresarial do País em pouco tempo.
Isso porque, de acordo com o mesmo levantamento do Dieese, o ritmo de
crescimento das empresas maiores é bem menor - surgiram 900 mil novas empresas
no período de 2006 a 2012 antes os quase 5 milhões de MEIs em período
semelhante.
"Em
pouco mais de cinco anos, o número de MEIs é quase igual ao número de
microempresas e empresas de pequeno porte e o seu ritmo de crescimento continua
acelerado", afirma o ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa da
Presidência da República, Guilherme Afif Domingos, ex-vice-governador e
ex-presidente da Associação Comercial de São Paulo.
"Com
o MEI, foi possível concretizar não só o sonho de muitos batalhadores
brasileiros, mas também o meu: o de viver em um país de empreendedores
reconhecidos e com plenas condições de crescimento na busca por uma vida
melhor", complementa.
Prioridade
Atento
à expansão do MEI, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
(Sebrae) promove, de 13 a 18 deste mês, a 7ª Semana do Microempreendedor
Individual nos 26 estados e no Distrito Federal.
Uma
intensa programação de atividades será desenvolvida para capacitá-los a
empreender com sucesso. Haverá também o lançamento de um aplicativo para o MEI
gerir o próprio negócio pelo celular.
"Para
este ano, temos como objetivo contribuir com a capacitação dos quase 5 milhões
de microempreendedores já formalizados no País", antecipou ao DCI o
presidente do Sebrae Nacional, Luiz Barretto.
"Sabemos
o quanto é importante ter uma gestão eficiente e um bom planejamento para que
as empresas possam elevar o seu nível de produtividade e competitividade. Nesse
contexto, é essencial que o empresário esteja bem preparado", detalhou.
Avanço do trabalho decente
O
MEI é uma experiência inédita no Brasil e no mundo, elogiada inclusive pela
Organização Internacional do Trabalho (OIT), por ter inaugurado uma
desburocratizada opção de oportunidades a quem parecia condenado a ser
perseguido pelo poder público na economia informal.
"A
figura do Microempreendedor Individual (MEI) vem contribuindo
significativamente para a redução da informalidade em diversos municípios do
País", assinala o Sistema de Indicadores Municipais de Trabalho Decente,
lançado pela OIT em novembro de 2014.
Os
MEIs representam boa parte dos 10 milhões de empreendedores urbanos que viviam
na chamada economia informal na década passada e ainda hoje, segundo
levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Pelo
Portal do Empreendedor, os chamados trabalhadores por conta própria ganharam
não somente CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica), mas também autoestima
e cidadania empresarial para não ter medo dos "rapas".
Dessa
forma, o MEI passou a ser encarado não mais como alguém que vivia à margem da
lei, mas como quem deve passar a ser observado como gerador de renda e até de
empregos com carteira assinada.
Mediante
o pagamento de taxa mensal inferior a R$ 50,00, a maioria passou ainda a ter
acesso a direitos previdenciários que nunca imaginava vir a usufruir um dia, a
exemplo de auxílio-doença, licença-maternidade, aposentadoria e, muito menos,
deixar pensão para seus familiares quando vier a faltar.
Atualmente,
há quase 500 atividades empresariais que podem ser exercidas por
Microempreendedores Individuais. A lista completa está disponível para consulta
no próprio Portal do Empreendedor. Lá, também são relacionadas as atividades e
as profissões vetadas pela legislação.
Fonte:
DCI – SP
Nenhum comentário:
Postar um comentário