No
dia 25 de abril, é comemorado, em todo o País, o Dia do Profissional da
Contabilidade. A categoria, formada por mais de meio milhão de profissionais,
tem muito o que comemorar. Mudanças importantes ocorreram no mercado contábil
nos últimos anos, a começar pelo papel dos próprios profissionais.
No
Brasil, segundo o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), os contadores e
técnicos deixaram de ser coadjuvantes e tornaram-se fundamentais, não só para
as empresas que atuam, mas também para a sociedade. Prova recente foi a entrada
da categoria no trâmite eleitoral brasileiro. Toda prestação de contas de
candidatos, comitês financeiros e partidos políticos passou a ter a assinatura
de um profissional da área.
Para
o CFC, a norma é uma conquista da classe, que, desde a primeira eleição
democrática, luta pelo reconhecimento da importância do profissional de
contabilidade no controle dos gastos e receitas das campanhas eleitorais. A
obrigatoriedade da assinatura acabou abrindo um nicho de mercado na profissão.
A
convergência da contabilidade brasileira aos padrões internacionais (IFRS, na
sigla em inglês), ocorrida nos últimos anos, também abriu novos campos de
trabalho e fortaleceu o papel do profissional nas organizações em geral. “Esses
profissionais têm discutido o controle do gasto público por meio da implantação
de uma nova contabilidade patrimonial. Até pouco tempo, o Brasil não tinha um
padrão de contabilidade pública, o que começou a mudar com a implantação, em
2010, de normas aplicadas a esse setor”, explica o presidente do CFC, José
Martonio Alves Coelho.
Atualmente,
Estados como Santa Catarina e Pernambuco já trazem em seus balanços ativos e
passivos, que antes não eram reconhecidos. Dessa forma, a previsão é que os
gestores públicos passem a conferir maior transparência ao trato com o recurso
público e que a sociedade tenha um maior controle social.
“Mais
do que proteção às posses e aos bens, a contabilidade precisa ser encarada como
uma profissão que tem como objetivo proteger a sociedade. Essa é, sobretudo,
uma das nossas missões. Isso porque trabalhamos com a ciência da informação.
Qualquer decisão necessita de informações que a contabilidade oferece. Decisões
baseadas em dados reais significam uma possibilidade de acerto muito grande”,
acrescenta o presidente do CFC.
O
Brasil atingiu a marca de meio milhão de profissionais de contabilidade em
agosto do ano passado. Para Martonio Coelho, o número reflete a importância da
profissão para a sociedade brasileira. “Essas mudanças exigem das empresas
melhores estruturas de controle interno e, dos profissionais, maior capacitação
e atualização”, diz.
Esse
número tende a aumentar. Paralelamente ao crescimento desses profissionais, o
Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais (Inep) informam que o curso de Ciências Contábeis ficou entre os
mais procurados pelos estudantes de graduação em 2014, ocupando a quarta
colocação no ranking, com 328.031 futuros profissionais.
Perfil do profissional
Em
2013, o CFC realizou uma pesquisa para traçar o perfil dos profissionais de
contabilidade. De acordo com os dados, nos últimos cinco anos (a contar daquele
ano), foram realizados cerca de 170 mil novos registros de profissionais de
contabilidade. Do total de contadores e técnicos em contabilidade registrados
nos 27 Conselhos Regionais de Contabilidade (CRCs), aproximadamente 135 mil
estavam na faixa etária de até 35 anos.
A
renda média do profissional, no País, é de até dez salários mínimos, de acordo
com a pesquisa. Os dados apontam que
8,5% dos entrevistados têm renda mensal superior a 20 salários mínimos.
O
universo feminino já ocupa quase metade do mercado na área da Contabilidade. De
491 mil profissionais (na época da pesquisa), 202 mil são mulheres. Além disso,
elas ocupam, cada vez mais, cargos de chefia e, na maioria das vezes, são
empreendedoras de sucesso.
A
pesquisa também mostra que mais de 58% dos profissionais da classe contábil
preferem atuar em empresas da iniciativa privada, ou abrir o próprio
escritório, do que ingressar no serviço público. Na distribuição por vínculo
profissional, a categoria autônomo, proprietário ou sócio lidera o ranking, com
31,1%.
Funcionário
da iniciativa privada aparece em segundo lugar, com 26,9%. Servidor público
está em terceiro, com apenas 13,7%. O levantamento ainda inclui funcionário de
firma contábil (11%), celetista de empresa pública (5,6%), funcionário de
fundações privadas (4%) e outro vínculo (7,6%).
Para
exercer a profissão, os bacharéis e técnicos em contabilidade devem se submeter
ao Exame de Suficiência, instituído pela Lei nº 12.249/10. No Brasil, somente
os cursos de Direito e Contabilidade utilizam esse recurso para medir
conhecimento e nivelar o mercado. Aprovado no exame, o futuro profissional
obtém o registro no Conselho Regional de Contabilidade.
O
contador ou técnico em contabilidade tem a função de analisar, interpretar e
relatar informações financeiras e operacionais para o controle de uma empresa.
Além disso, o profissional também é essencial nas funções de planejamento,
avaliação e controle das atividades, assegurando o uso apropriado e a
responsabilidade abrangente de recursos.
Fonte:
Conselho Federal de Contabilidade
Nenhum comentário:
Postar um comentário