De
acordo com Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC),
59,6% das famílias brasileiras estavam endividadas em abril desse ano. Muitas
delas deixam de pagar o que devem não por falta de dinheiro, mas de
planejamento. Segundo Liao Yu Chieh, professor do Insper, o fator que resume os
maiores erros cometidos pelos brasileiros na hora de gerir suas finanças
pessoais é a falta de planejamento. "Quando a pessoa não se planeja da
forma correta, ela não consegue saber o quanto realmente gasta e o quanto disso
poderia ser ajustado na vida dela”, diz.
O
empreendedor deve tomar cuidado em dobro quando o assunto é finanças pessoais.
Elas não podem ser confundidas com os recursos do negócio. Para o consultor do
Sebrae-SP, Guilherme Soares, esse planejamento precisa acompanhar as oscilações
de preço que ocorrem frequentemente. “Atualmente, a maioria das despesas do dia
a dia está aumentando. Sofremos com a alta dos preços na comida, em mensalidade
de escola e outras coisas. E, ao mesmo tempo, o salário não sobe nessa mesma
proporção. Nessa hora, é preciso ficar atento com os gastos”, afirma. Confira
abaixo os erros mais comuns que podem acabar com seu capital:
1. Excedente
Normalmente,
as pessoas possuem três tipos de despesa: as fixas, como uma conta de luz, as
variáveis, como uma ida ao cinema, e as de emergência. Para lidar com o último
tipo, é preciso ter sempre um excedente em sua conta. "As pessoas costumam
gastar tudo que ganham. Não ter uma reserva financeira é um grande erro, porque
você vive um padrão de vida hoje que vai comprometer o seu futuro", diz
Chieh.
Um
acidente de trânsito ou um problema de saúde com um familiar são situações que
causam despesas de emergência. Sem uma reserva, a pessoa fica a mercê da
situação e pode se endividar. Para evitar esse tipo de problema, Soares
recomenda que uma parcela fixa da renda seja sempre guardada. “É bom sempre
colocar na poupança uma parcela de 10% a 20% do que você recebe mensalmente”,
afirma.
2. Crie novas fontes de
renda
Criar
novas fontes de rendas é uma forma de ficar seguro em relação ao futuro. Mas
isso só é possível se parte da renda guardada for bem aplicada. “Aquilo que é
guardado deve ser colocado em uma conta ou usado para, por exemplo, comprar um
apartamento e alugá-lo. Isso é o que vai garantir que você não dependa apenas
do salário como única fonte de renda”, diz Chieh.
3. Gastos
A
maioria das pessoas não tem controle total de suas compras e gasta mais do que
imagina. ”Se você pedir para uma pessoa estimar qual é o gasto mensal dela,
normalmente ela estimará errado. Ela acaba esquecendo várias despesas e não só
as menores. Gastos significativos passam despercebidos muitas vezes”, afirma
Chieh. De acordo com ele, um dos gastos mais subestimados é com presentes.
Soares
ainda chama atenção para a praticidade do cartão de crédito, que leva as
pessoas a perderem controle de suas finanças. “As pessoas vão passando o cartão
sem se atentar ao seu limite e também parcelam sem levar em consideração as
outras coisas. Quando veem, já estão com uma quantia muito grande para pagar e
as taxas de juros do cartão são muito altas”, diz.
4. Família
Dentro
das famílias, o hábito é que apenas uma pessoa fique encarregada da gestão das
finanças. No entanto, isso não significa que os outros membros devem ficar
alheios a tudo que acontece financeiramente. Segundo Soares, um dos maiores
erros é não deixar a família toda ciente da situação financeira atual. “Deve-se
envolver toda a família na administração de qualquer conflito financeiro. Todos
devem saber que estão com dificuldades e, assim, gastarem menos e abrirem mão
de certos privilégios”, explica.
Fonte:
Revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios
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