Trabalhar
com camisa da seleção ou usar cornetas só se a empresa permitir. Demonstrações
exageradas de alegria ou indignação com lances do jogo nem pensar, pois ao seu
lado podem estar colegas nada empolgados com os jogos querendo trabalhar
normalmente. Aproveitar para tomar uma cerveja, já que a empresa adiou a
entrada para depois do jogo do Brasil, também pode trazer problemas. Essas são
algumas das recomendações de especialistas em Recursos Humanos para que a Copa
do Mundo não torne-se um projeto "Saque seu fundo".
A
regra básica é estar atento às recomendações de cada firma sobre horários e
atividades especiais permitidas durante os jogos. Para as que não estabelecerem
regras claras, vale o bom-senso e a lembrança das recomendações que já valem
para a festa de fim de ano da firma.
"Vestir
a camisa da seleção sem permissão da empresa e gritar durante os jogos são os
principais erros cometidos durante a Copa. O trabalhador precisa lembrar que
ele não está no estádio nem é jogador da seleção", observa Roberto Picino,
diretor executivo da empresa especializada em recrutamento e seleção, Michael
Page.
Dilza
Tataranto, coach de Recursos Humanos, lembra que, muitas empresas permitem
enfeitar o local de trabalho, usar a camisa da seleção e até organizar lanches
especiais para os horários dos jogos do Brasil, quando não libera os
funcionários. Mas, nessa Copa, em razão da conjuntura econômica mais
desfavorável, esses casos se reduziram consideravelmente, porque as empresas
estão mais enxutas e não podem se dar ao luxo de parar suas produções.
"Quando
a empresa não deixa claro o que pode e o que não pode, qualquer iniciativa deve
ser, antes, compartilhada com o gestor imediato para aprovação. Este ano, como
tem muitas pessoas que conseguiram um emprego a pouco e temem não se efetivar,
esse tipo de cuidado deve ser ainda mais frequente. Não organize nada sem
perguntar", diz Dilza.
Espiar
a TV mais próxima vale, mas nada de se empolgar a ponto de gritar durante os
gols ou diante de alguma ação revoltante do juiz da partida, complementa a
coach de RH.
Picino
lembra que as empresas não são obrigadas a liberar os funcionários no horário
dos jogos do Brasil, mas se optarem por isso, podem descontar do banco de horas
e não são responsáveis pelo deslocamento e gastos dos funcionários nesse
período. Ao voltar ao trabalho, o ideal é não ocupar parte do tempo comentando
o resultado do jogo. "É preciso pensar em todas as suas atitudes porque as
empresas estarão de olho na conduta e isso pode prejudicar o crescimento na
empresa", aconselha.
Fonte:
Jornal do Comércio – RS
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