Guilherme
Afif Domingos é formado em Administração de Empresas. Foi presidente da
Associação Comercial de São Paulo e da Federação das Associações Comerciais do
Estado de São Paulo. Em 2013, assumiu a Secretaria da Micro e Pequena Empresa. Em
entrevista à Revista Fenacon, ele destaca o processo de modernização das Juntas
Comerciais.
Quais são as ações que
estão sendo tomadas para a modernização das Juntas Comerciais?
As
Juntas Comerciais são órgãos dos estados que executam o serviço público de
registro de empresas. No âmbito federal estão sendo desenvolvidas ações para
apoiar a mudança dos processos das Juntas e viabilizar que assumam a responsabilidade
pela implantação do processo único de abertura, alteração e baixa de empresas
em cada estado.
Enquanto
os novos sistemas informatizados que suportarão a Redesim estão sendo
desenvolvidos, já está sendo implantada em diversas Juntas Comerciais do país uma
etapa prévia de coleta eletrônica de informações e consulta sobre a viabilidade
de nome nas Juntas e de localização do empreendimento, mediante integração com as
prefeituras. Foram iniciadas as operações nos estados de Goiás, Tocantins, Rio
Grande do Sul e Paraná.
Quais são as atividades
atuais que a Secretaria da Micro e Pequena Empresa tem desempenhado em prol das
Juntas Comerciais?
Além
do desenvolvimento de novas ferramentas, merece destaque o trabalho
desenvolvido em colaboração com as Juntas Comerciais de todo o Brasil, para atualização
e modernização do quadro normativo vigente sobre o registro empresarial,
resultando na edição de um novo conjunto de vinte instruções normativas, publicadas
em 6 de dezembro de 2013, e revogação de 39 atos, alguns superados há muitos anos
pela edição de nova legislação. A iniciativa traz mais segurança e previsibilidade
aos usuários dos serviços das Juntas Comerciais, aprimorando, por seu turno, os
serviços públicos de registro.
Entre
as várias inovações, merece registro a implantação no prazo de um ano,
portanto, a partir de dezembro de 2014, do processo de registro empresarial com
via única. A introdução da via única facilita a operação de análise e registro,
aumentando a segurança contra manipulações e a rapidez do atendimento da demanda
do usuário.
Como o senhor avalia as
atividades desempenhadas pelas Juntas Comerciais em todo o país atualmente? Que
pontos podem ser destacados positivamente? Quais podem melhorar?
Várias
Juntas Comerciais têm iniciativas de integração de processos com outros órgãos,
em diversos estágios de desenvolvimento, mas que demonstram o empenho em colaborar
para diminuir o prazo e o custo da abertura de empresas. Também são visíveis iniciativas
para virtualização do processo de registro empresarial, visando a facilitar o
acesso e diminuir seu custo.
É
positivo apontar que o conjunto está direcionado à modernização, inclusive do
atual marco legal do registro, próximo de completar vinte anos. No momento, as Juntas
estão concluindo sua proposta de revisão da Lei nº 8.934, de 1994, necessária
para que mais avanços ocorram.
A Secretaria tem
trabalhado alguma ação conjunta para integração de sistemas com outros órgãos?
Se sim, quais?
Além
da implantação gradual da integração em dez Juntas Comerciais, conforme já
informado, no âmbito da Junta Comercial do DF, vinculada à SMPE, está sendo realizada
de forma unificada a pesquisa de nome empresarial e a consulta prévia/análise
da viabilidade locacional, essa decorrente de integração com o Distrito
Federal.
Em
parceria com a Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça
(Senasp/MJ), a SMPE elaborou modelo de instrução técnica (IT) para facilitar o
processo de licenciamento de atividades empresariais de baixo risco e fixar
medidas padrão de segurança contra incêndio e pânico, a partir das disposições da
Resolução 29, de 2012, do Comitê para Gestão da Rede Nacional para a
Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (CGSIM).
Para
facilitar e consolidar o tratamento especial do MEI no âmbito de todos os
órgãos e entidades vinculados ao licenciamento sanitário, a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou em novembro a Resolução nº 49, que
“Dispõe sobre a regularização para o exercício de atividade de interesse
sanitário do microempreendedor individual, do empreendimento familiar rural e
do empreendimento econômico solidário e dá outras providências”. Tal ato
concretiza o esforço de articulação realizado pela SMPE e o Sebrae para
simplificação e desburocratização das exigências dos diversos órgãos envolvidos
na abertura de empresas ao admitir a regularização automática perante a
vigilância sanitária das atividades de baixo risco exercidas pelo MEI, mediante
procedimentos específicos do Portal do Empreendedor. A partir de agora, os
debates serão concentrados na classificação de risco sanitário que, para o MEI,
afeta principalmente os serviços de beleza e de alimentação.
Fonte:
Revista Fenacon
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